Na semana passada, foi divulgado um levantamento inédito que traz o ranking das melhores e piores calçadas do Brasil. O estudo do Mobilize Brasil aponta condições como largura do piso, acessibilidade, existência de obstáculos, iluminação e sinalização. Levando em consideração tais critérios, a população de Guarulhos reprova o estado dos passeios públicos.
Transeunte das calçadas do Centro da cidade, a gerente Andreíta Correia, 36 anos, afirma que o pedestre não tem vez nas vias urbanas. "É uma porcaria ter que andar nas ruas do município. As calçadas são cheias de buracos e de pisos irregulares que estragam o salto de qualquer mulher".
Para a vendedora Sueli Souto Vasconcelos, 24, a pior calçada de Guarulhos é a da avenida Paulo Faccini. "É um sufoco caminhar disputando espaço com carros estacionados em uma calçada inclinada, em que é preciso se equilibrar para andar em segurança. Muitas vezes eu já preferi andar na via, ao lado dos veículos em movimento".
Com a menor média da pesquisa – 0,25 – a pior calçada do País é da Ladeira da Fonte, em Salvador (BA). Duas calçadas alcançaram a nota máxima dez, a do Calçadão da Barra, em Salvador, e da avenida Faria Lima, em São Paulo.
Dados do IBGE (2010) mostram que no Brasil cerca de 30% das viagens cotidianas são realizadas a pé. Além da importância para o transporte, as calçadas funcionam também como um sensor da qualidade de urbanização de uma cidade.
De acordo com o Mobilize, alguns pensadores afirmam que se pode medir o nível de civilização de um povo pela qualidade das calçadas de suas cidades. E há quem diga que as calçadas são melhor indicador de desenvolvimento humano do que o próprio IDH", diz.
O mesmo formulário usado pela equipe do Mobilize Brasil estará disponível para o público, que poderá avaliar as calçadas de outras cidades e publicar os resultados no portal www.mobilize.org.br.
