"A paisagem da cidade era muito bonita, principalmente pelas montanhas cobertas com vegetação. Toda a minha família mora aqui e eu vi a possibilidade de estudar esse ambiente e apontar algumas estratégias para recuperá-lo". Foi pensando assim que a estudante de Mestrado em Análise Geoambiental na Universidade Guarulhos (UNG), Lucimara Teixeira, começou a avaliar as remanescentes florestais de Bragança Paulista.
Através da pesquisa, Lucimara propôs a criação de corredores ecológicos, o que proporcionará a manutenção de importantes serviços ecossistêmicos, como a produção de água no reservatório Jaguari; a preservação da biodiversidade local e regional; manutenção da paisagem e dos aspectos climáticos.
"A fragmentação e a perda de habitat são atualmente os maiores fatores que ameaçam a biodiversidade e são as principais causas da extinção. Uma das estratégias de conservação da biodiversidade é a criação de corredores ecológicos, que são áreas de conectividade entre fragmentos isolados, exatamente o que propõe nosso trabalho", explica o geólogo e professor orientador da pesquisa, Marcio Roberto M. de Andrade.
Outros municípios serão beneficiados através da pesquisa, como é o caso de Guarulhos. "Cerca de 43% da água que os guarulhenses consomem vêm daquela região, que faz parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo e que sofre com a perda e fragmentação do habitat", ressaltou Lucimara.
Além disso, já há interesse entre os pesquisadores e a Secretaria de Meio Ambiente para a viabilização do projeto. "Estamos trabalhando para que essa pesquisa seja colocada em prática. A Prefeitura de Bragança já barrou uma obra de habitação depois de analisar um dos dados da nossa pesquisa", afirmou Andrade que ressaltou que corredores ecológicos semelhantes ao desta pesquisa também poderiam ser idealizados em cidades grandes, como Guarulhos.
