Os compradores das unidades do empreendimento Residencial Américas, localizado na rua Araruna, no Macedo, têm encontrado uma situação bem difícil. Ocorre que a entrega dos imóveis está atrasada e, em alguns casos, essa demora já ultrapassa dez anos."Eu comprei o meu apartamento em 1997. Ele já está quitado, mas até o momento não tenho uma posição definitiva sobre a data exata da entrega", afirmou uma das compradoras, Simone Galera.
Segundo ela, no último dia 26 de abril, houve uma reunião entre os compradores e a Paulicoop, construtora responsável, onde ficou acordado que a entrega total da torre O – onde ela adquiriu uma unidade – seria realizada no prazo de 30 a 40 dias após a reunião.
Contudo, perto do final do prazo o empreendimento ainda não está concluído. "Eu passo em frente à obra periodicamente e não vejo nenhuma movimentação. Não há trabalhadores o que passa a impressão de que a construção está abandonada", ressaltou Simone. O Residencial Américas é composto por 19 torres. Segundo o site da Paulicoop, 11 torres já foram entregues, cinco ainda serão iniciadas, uma tem meia fundação já executada e uma está executada a laje teto do 9º andar. Já a torre O está com revestimento de gesso, azulejo, fiação e um elevador nos apartamentos concluídos; gesso da escadaria e do hall de entrada terminado até o 1º andar. Além disso, foi iniciada a alvenaria da sacada e a montagem do segundo elevador.
Segundo resposta enviada ao Guarulhos Hoje, o departamento que cuida do andamento de obras da Paulicoop informou que o Bloco O está com a pintura interna iniciada. Porém a empresa está com dificuldades para receber determinados materiais e finalizar a obra por conta de dificuldades do próprio setor imobiliário. De acordo com os responsáveis pela construção, os próprios moradores estão acompanhando as dificuldades em conseguir os materiais.
Número de reclamações contra construtoras de Guarulhos cresceu 47%
De acordo com balanço realizado pela Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências (AMSPA), o número de reclamações contra as construtoras de imóveis residenciais cresceu 59% no ano passado. Dentre os principais problemas estão os atrasos na obra; vício ou defeitos de construção; taxas abusivas, cobrança de juros sobre juros e leilões de imóveis.
Segundo o estudo, somente no ano passado, Guarulhos registrou 2.000 atrasos na entrega das obras dos imóveis – valor que representa uma elevação de 47% em relação a 2010 e é também 2% maio que a capita paulista que registrou 1.920 reclamações.
"O número é bem alto se compararmos com o boom imobiliário que a cidade vive. Ao mesmo tempo em que Guarulhos tem se tornado uma referência para quem busca um móvel, a ausência de compromisso das construtoras também está crescente", afirmou o presidente da AMSPA, Marco Aurélio Luz. Segundo ele, o principal problema está na falta de infraestrutura e planejamento das construtoras o que acaba gerando o não cumprimento do prazo de entrega do imóvel.