Cidades

Moradores da Vila Operária estão apreensivos com reintegração

Segundo eles, a Prefeitura não teria cumprido a sua parte nos acordos desta vez

Os moradores da Vila Operária estão apreensivos quanto a uma possível reintegração de posse dos lotes. Esta não é a primeira vez que isso ocorre uma vez em que nos últimos anos, vários processos judiciais foram abertos com esta finalidade. No entanto, desta vez, segundo eles, a Prefeitura não teria cumprido a sua parte nos acordos.

"Em 2010 houve o Orçamento Participativo e aqui foi colocado como área de interesse social. A partir daí nós tivemos uma reunião com o jurídico da Prefeitura e a imobiliária Continental, onde ficou acertado que a Administração Municipal marcaria o território como Zona Especial de Interesse Social (Zeis) e a imobiliária retiraria o processo de reintegração. Contudo, a Prefeitura não cumpriu a sua parte no acordo e a Continental manteve o processo", explica o advogado dos moradores Horácio Neto.

A briga se estende desde 2008, entre posseiros, a imobiliária Continental e os moradores e até o momento não há uma posição definitiva, o que deixa as 1.800 famílias que residem na Vila Operária em constante apreensão.

"Tem gente aqui que não consegue dormir porque não sabe o que vai acontecer. Além disso, queremos fazer algumas melhorias em casa, como colocar piso, por exemplo, e não podemos porque não sabemos como será amanhã", afirmou a moradora Sonia Maria Santos.

O problema é que não há uma definição exata de quem de fato é o responsável pelo local. De acordo com o advogado Manuel Cantadeira a área seria pertencente ao seu cliente, Vicente Pala Pinto, que, como parte dos pagamentos de seu honorário, lhe repassou 23,7 mil m² – processo este que já foi deferido pela 7ª Vara Cível de Guarulhos, em 1994. Assim, o advogado seria dono de uma parcela da área total de 89 mil m², e estaria disposto a negociar com as famílias.

Famílias aguardam negociação com proprietários

Ainda assim, as famílias aguardam uma posição definitiva, pois querem negociar a aquisição dos lotes. Segundo a presidente da Associação de Moradores da Vila Operária, Andréia Marques, os moradores querem a ajuda da Prefeitura para que eles não precisem sair e possam pagar pelo local.

"Esperamos o apoio do prefeito pra que venha acontecer a negociação da área e sabemos que ele pode nos ajudar. Ninguém quer sair daqui e nem morar de graça, mas queremos dialogar e pagar o que é devido", ressaltou Andréia.

"Desde o início eu me propus a uma negociação. Eu ganhei essa área, contudo, sem sombra de dúvidas, estou disposto a dialogar com eles" ressaltou o advogado Cantadeiro. A Secretaria de Assuntos Jurídicos informou que se trata de uma área particular e a Prefeitura não é parte no processo. A Reportagem não conseguiu contato com a Imobiliária Continental.

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