A reportagem do Guarulhos HOJE vem, desde a última terça-feira, revelando a precariedade que os cidadãos de Guarulhos estão enfrentando para serem atendidos no pronto socorro do Hospital Padre Bento. O assunto veio a tona depois da morte do jovem Felipe Tiago Maciel, de 22 anos, que morreu após não ter uma úlcera detectada quando deu entrada na emergência do local. Na manhã de ontem, a reportagem conseguiu falar com profissionais que trabalham no Padre Bento e pediram para não serem identificados com medo de sofrerem alguma represália por parte da direção.
Ontem por volta das 11h, somente dois médicos estavam presentes no atendimento do pronto socorro para dar conta de pouco mais de 400 pessoas que buscavam atendimento. Um deles era um clínico geral e, o outro, um cirurgião. "Quando tem mais que dois, tem um clinico a mais", contou o funcionário. "Na verdade podemos dizer que só tem um médico pra atender o povo todo, porque o cirurgião fica na emergência", ressaltou.
No início da semana a diretora do Hospital Padre Bento Madalena Bazzo, declarou que a espera pelo atendimento demora em média de quatro a cinco horas. "A demanda é alta, sim. O problema é que são dois médicos enquanto devia ter, pelo menos seis clínicos para atender a população. Os profissionais estão trabalhando em um nível de estresse alto e, no dia do caso do Felipe, uma médica acabou tendo um surto nervoso de tanta gente que tinha aqui para ela atender", comentou a fonte.
O funcionário disse também que o que está acontecendo no Padre Bento é depreciação ao patrimônio público e que problemas mais graves estão sendo maquiados pela direção. "As pessoas aqui tem medo de falar. Faltam remédios, faltam médicos e falta estrutura de atendimento. O atendimento é precário não pelo fato da má vontade dos médicos, e sim, pela falta de profissionais e sobrecarga dos que aqui estão", concluiu.
