Cidades

Após um ano da morte do pai, filho ainda busca explicações sobre negligência

Morte suspeita foi registrada em Boletim de Ocorrência

"Gostaria muito que o hospital ou o estado me explicassem como conseguiram matar meu pai". Esse é o desabafo do motorista José Antonio Dalphorno Neto que há um ano viu o pai morrer nos corredores do Hospital Padre Bento. "Ele entrou lá porque tinha caído e batido a cabeça. Saiu num caixão", contou ao relembrar do que aconteceu com o pai, Pedro Waldemar Dalphorno, 77 anos. Segundo o laudo de exame de corpo de delito Waldemar Delphorno foi vítima de septicemia por ação de agente toxi-infeccioso. "Meu pai morreu não pó ter batido a cabeça mas, após ter sido entubado estranhamente nos corredores do hospital, contraiu uma infecção hospitalar e não resistiu", acrescentou.

No dia 14 de maio de 2001, Waldemar Dalphoro estava no banheiro quando sofreu uma queda. O aposentado foi levado ao Hospital Padre Bento por uma unidade do Samu e encaminhado a urgência do local. "Ele chegou e foi examinado. Depois ficou no corredor lá em observação. No dia seguinte eu voltei ao hospital e o vi entubado, no corredor, sem ter sido levado a UTI", relatou o filho. "Como que um hospital entuba alguém no meio de um corredor que fica ao lado da recepção do local e com gente passando toda hora? A infecção que meu pai pegou foi por causa da irresponsabilidade no tratamento que deram a ele", disparou.

Morte suspeita foi registrada em Boletim de Ocorrência

No dia 18 de maio, quatro dias após ser hospitalizado Dalphorno faleceu. O filho registrou boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial de Guarulhos. No B.O. assinado pelo delegado Julio Yoshito Kawabe, consta a natureza de morte suspeita. No histórico do boletim o delegado ressaltou que o motivo da morte não foi informada aos familiares. "Não nos disserem o motivo que entubaram ele nem o motivo que o levou a falecer. Somente quando eu peguei o laudo necroscópico que vi que meu pai morreu por causa de uma infecção contraída no próprio hospital porque deixaram ele em situação inadequada", disse José Antônio.

O motorista procurou a reportagem do Guaruhos HOJE após ver a série de denúncias feitas pelo jornal em razão da precariedade que se encontra o pronto socorro do Hospital Padre Bento. "Se não abrirmos os olhos e as pessoas e funcionários daquele hospital não começarem a denunciar as irregularidades que estão acontecendo ali já faz tempo, muita gente vai morrer ali por falta de condições de estrutura e atendimento", alertou.

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