Guarulhos ficou na 63ª colocação no ranking nacional dos 70 municípios com maiores taxas de atendimento pelo Sistema Único de saúde (SUS) por violências físicas ou sexuais, segundo as notificações que constam nas bases do Sistema Nacional de Atendimento Médico (SINAN). O estudo, publicado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) que é um organismo internacional, inter-governamental, autônomo, fundado em 1957, pelos Estados latino-americanos, a partir de uma proposta da Unesco, analisou os últimos 30 anos de violências contra as crianças e adolescentes nas 27 Unidades Federadas e suas Capitais, e também, nos municípios com elevados níveis de violência com um mínimo de 20 mil crianças e adolescentes na faixa entre 1a 19 anos de idade.
Conforme o Mapa da Violência 2011 da Flacso, Guarulhos tem uma população entre 1 a 19 anos de 402,4 mil pessoas e recebeu o índice de 70,6 na classificação de violência física criada pela Flacso. Ferraz de Vasconcelos, município vizinho à Guarulhos ficou na primeira colocação com um índice de 642 e população de 59,8 mil pessoas da mesma faixa etária. O estudo definiu como atos violentos o uso da força física de forma intencional, não acidental, com o objetivo de ferir, lesar ou destruir a pessoa, deixando, ou não, marcas evidentes no seu corpo. E ainda podendo se manifestar de várias formas, como tapas, beliscões, chutes, torções, empurrões, arremesso de objetos, estrangula-mentos, queimaduras, perfurações, mutilações, etc.
O estudo indicou também que os pais, englobando pai, mãe, padrasto e madrasta, aparecem como os principais responsáveis pelas violências físicas até os 9 anos de idade das crianças atendidas, concentrando acima de 50% das notificações por violências físicas nessa faixa etária. O índice cai para 31,3% na faixa de 10 a 14 anos de idade das vítimas e ainda para 11,6% nos anos finais da adolescência. Amigos ou conhecidos da vítima ocupam o segundo lugar, com 22,1% dos casos atendidos, adquirindo relevância a partir dos 5 anos de idade e, em terceiro lugar, pessoas desconhecidas pelas vítimas responsáveis por 16,9% dos casos.
Documento classificou cidades como ‘Usinas de Violência
O relatório final do ‘Mapa da Violência feito pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) caracterizou as 70 cidades com maiores índices de violência contra menores em verdadeiras ‘usinas na produção de violências contra crianças e adolescentes, tamanha a concentração de incidentes que o Sistema Nacional de Atendimento Médico (SINAN) registrou.
O órgão internacional indiciou por fim que, as diversas instituições responsáveis, seja em nível federal, estadual ou municipal, devem analisar e diagnosticar cada realidade e tomar as medidas necessárias para conter e reverter essa situação epidêmica de violência contra as crianças e adolescentes.