Quando todo o esgoto gerado em Guarulhos, for devidamente tratado, representará apenas 4% a menos do total despejado no Tietê. A constatação é do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).
No e ntanto, mesmo com a operação de duas estações de tratamento de esgoto (ETE), a cidade de Guarulhos ainda despeja cerca de 65% do esgoto produzido pelos cidadãos no rio Tietê. A cidade faz parte dos dez municípios que mais poluem o rio ao lado de São Paulo, Diadema, Carapicuíba, Mauá, Osasco, São Bernardo do Campo, Santo André, Sorocaba e Campinas, de acordo com o balanço mais recente divulgado pela Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo.
A queda no número em Guarulhos dependerá da conclusão das obras da ETE Várzea do Palácio, prometida para o ano que vem que tratará mais 15% do esgoto produzido; e do sistema de esgotamento Cumbica/Pimentas, que será responsável pela destinação de outros 20% dos esgotos gerados no município. Com isso, a cidade alcançará 70% dos detritos devidamente tratados em seus sistemas.
Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), o que falta é um investimento maior do governo estadual para a ampliação do tratamento de esgoto na cidade, uma vez em que tudo o que é feito no município é com recursos próprios e investimentos do Governo Federal.
No entanto, em entrevista a rádio Jovem Pan na semana passada, a diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena, afirmou que, além do município jogar o esgoto sem tratamento no rio, a empresa não tem conhecimento de nada que acontece na cidade em relação ao assunto. Além disso, segundo Pena, a Sabesp disponibilizou as ETEs próximas a Guarulhos para o tratamento de esgoto, mas não obteve nenhuma resposta da administração municipal.
Para Saae, argumentos da Sabesp são contraditórios
Para o Saae, as declarações da diretora Dilma Pena são contraditórias, uma vez em que Guarulhos pagará à Sabesp pelo serviço do sistema Cumbica/Pimentas, onde os efluentes coletados neste subsistema serão encaminhados para tratamento na ETE São Miguel, que integra o Sistema Metropolitano, operado pela empresa paulista.
Além disso, em 2001, o órgão consultou oficialmente a Sabesp sobre a possibilidade de inserção do município no Projeto de Despoluição do Tietê. Diante da negativa da companhia, foram, então, estudadas outras alternativas.
Já com relação ao fato de o município ser uma das cidades que mais polui o rio Tietê, o Saae afirma que Guarulhos representa apenas uma pequena parcela da Região Metropolitana de São Paulo, o que significa que quando todo o esgoto gerado na cidade for devidamente tratado representará apenas 4% de esgoto a menos depositado no Tietê.