O corte de 50% no repasse de verbas para o Sistema S levará a um fechamento de 265 unidades do Sesc e Senac pelo País, além de mais de 10 mil demissões, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em nota.
Um plano emergencial divulgado pelo governo federal para combate à pandemia de coronavírus determinou a redução à metade da arrecadação compulsória do Sistema S, por um período de três meses, com economia equivalente a R$ 1 bilhão. Segundo a CNC, o corte resultaria em 144 unidades do Sesc fechadas e 6.670 colaboradores demitidos, enquanto o Senac teria 121 unidades fechadas e 3.540 colaboradores dispensados.
De acordo com a CNC, apenas no Sesc e Senac, a redução estimada é de mais de 36 milhões de atendimentos, o que afetaria municípios que necessitam da infraestrutura dessas instituições para atendimento básico à população.
"Mais de 90% das unidades que poderão ser fechadas estão presentes em regiões que, muitas vezes, carecem da presença do governo e, principalmente nestas localidades, os serviços que o Sistema Comércio oferece chega aos mais pobres, a parcela que sofrerá o maior impacto com fechamento", afirmou José Roberto Tadros, presidente da CNC, em nota oficial.
A CNC sugeriu ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que o corte previsto nas contribuições para o Sistema S seja substituído pela prestação de serviços emergenciais dessas entidades à sociedade.
Entre as sugestões estão a aquisição de respiradores, disponibilização de instalações para vacinação e coleta de sangue, coleta e distribuição de alimentos para instituições sociais, identificação do número de infectados via aquisição e distribuição de materiais necessários à prevenção e ao combate à pandemia.
O plano de ações, enviado ao presidente na semana passada, inclui sugestões de conscientização, combate ao vírus e prestação de serviços à sociedade pelos próximos três meses. A entidade argumenta que a capilaridade das duas instituições seria utilizada para reduzir os impactos da epidemia, especialmente em municípios carentes de estrutura para o enfrentamento do problema.
A proposta da CNC também foi encaminhada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, ao ministro da Saúde, Luiz Mandetta, ao presidente do Senado Federal, David Alcolumbre, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.