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Imóveis abandonados em Guarulhos requerem cuidados especiais

A expansão demográfica presenciada em Guarulhos nas últimas décadas não foi suficiente para mudar uma paisagem urbana

A expansão demográfica presenciada em Guarulhos nas últimas décadas não foi suficiente para mudar uma paisagem urbana que permanece intocada ao longo dos anos. Servindo de contraponto aos empreendimentos imobiliários em construção, estão inúmeros imóveis – desde terrenos e grandes galpões industriais, até casas e edifícios inteiros – abandonados ou subutilizados, principalmente no Centro, que mantêm intactas suas fachadas e rebocos, mudando tão somente pela ação do tempo e dos vândalos que depredam e picham.

Basta dar uma volta pelas ruas da cidade para se deparar com esses imóveis como um prédio de quatro andares na avenida Doutor Ramos de Azevedo, completamente pichado e sofrendo com a ação do tempo; ou, ainda nesta via, um enorme empreendimento abandonado, no cruzamento com a Ladeira Campos Sales.

Perto dali, no cruzamento das ruas Estilac Leal e Francisco de Paula Santana, está um terreno abandonado cheio de placas na esperança de um comprador. Outro, na avenida Paulo Faccini, é um grande esqueleto de concreto com quatro andares também deixado de lado; além de vários imóveis comerciais também vazios no cruzamento das ruas Sete de Setembro e Luis Gama.

Porém, há inúmeros outros exemplos de imóveis pequenos espalhados pelas mais diferentes ruas e avenidas da cidade. Não é difícil encontrar na avenida Timóteo Penteado, por exemplo, lojas e mais lojas vazias a espera de um locatário ou proprietário. Em algumas ruas, como na Silvio Barbosa, no Macedo, armazéns vazios já fazem parte da paisagem urbana.

Mas tem muito mais. O Guarulhos HOJE percorreu a cidade em busca desses grandes micos imobiliários e convida você a fazer esse caminho junto conosco.

Galpão de garagem é o portal de entrada

O galpão da antiga garagem de ônibus que foi da empresa Guarulhos, no início da avenida Guarulhos, na Vila Moreira, pode ser considerado o portal de entrada da cidade fantasma. Cercado de tapumes, placas publicitárias e muros, o imóvel dá um aspecto de sujeira à região, funcionando como um grande contraste aos vários hotéis erguidos ali, além de ser utilizado como estacionamento para veículos particulares.

Museu Histórico

Situado na rua Sete de Setembro, nº 150, esquina com a rua Felício Marcondes, está o prédio de propriedade particular da família de José Maurício de Oliveira Sobrinho, prefeito de Guarulhos no início do século passado. Mesmo adquirido em 1911, a construção só aconteceu em 1937 e ele só foi utilizado, em 1973, quando o município o alugou para ser instalado o Fórum Municipal. Posteriormente em 1977, abriga a Secretaria de Obras e, nos anos 80, abriga a Junta de Alistamento Militar do Ministério do Exército. Nos anos 90 foi sede do Museu Histórico, mas por falta de pagamento dos aluguéis, sofreu ação de despejo no ano 2000 – mesmo ano em que foi tombado como patrimônio histórico e cultural.

No entanto, toda essa disputa ocasionou um abandono do prédio que, atualmente, encontra-se vazio e em péssimo estado de conservação, com sérios risco de desabamento por falta de manutenção. Além disso, parte tem sido utilizada como estacionamento.

Shopping da Vila Fátima

No entanto, o mais conhecido está situado na avenida Otávio Braga de Mesquita, na Vila Fátima. Um prédio construído no início dos anos 90 para abrigar um shopping center, mas que nunca abriu suas portas para os consumidores. Fechado há quase duas décadas, chegou a ser veiculado que seria transformado em uma grande igreja evangélica. Contudo, o tempo passou e hoje em dia não passa de um local que serve de abrigo para roedores, insetos – devido ao mato que cresce dentro do terreno particular -, e jovens usuários de drogas que frequentam o local.

Prédio da rua Força Pública

Localizado na rua Força Pública, esquina com a principal avenida do município, a Tiradentes, e próximo à praça IV Centenário, está uma das obras mais conhecidas da cidade. O enorme prédio foi embargado, quando pertencia a Varig. Porém devido ao processo de falência da companhia, as obras foram interrompidas. Hoje, o prédio está sob responsabilidade da HMP Incorporadora e Construtora.

Mudança de perfil alterou outras áreas da cidade

No entanto, outros empreendimentos são exemplos de possíveis soluções para esse abandono, como, por exemplo, o Shopping Internacional e o campus da Universidade Guarulhos. O sucesso do atual complexo comercial não lembra o período em que o imóvel ficou parado aguardando um novo investidor para substituir a empresa de máquinas de escrever Olivetti. Já as aulas ministradas no galpão da rua Anthon Phillips, substituíram a multinacional de materiais elétricos Phillips.

Outra mudança significativa, que alterou todo o perfil de uma região teve a mão do poder público. Na avenida Monteiro Lobato, no coração de Guarulhos, a antiga fábrica de linhas de lã Adamastor se tornou – logo no início da administração do prefeito Elói Pietá – o Centro de Educação de mesmo nome.

Já a antiga fábrica Barber Greene, localizada entre o Parque Renato Maia e o Jardim Paraventi, que ficou abandonada por anos também teve uma alternativa: se transformou em um grande condomínio horizontal voltado à classe média. Hoje, o local que era uma ameaça aos moradores da região, abriga centenas de casas.

 

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