O dólar sobe ante o real e outras divisas emergentes ligadas a commodities, após acumular baixa de 2,6% nas últimas três sessões à vista, em meio à cautela no exterior e o avanço rápido do coronavírus no Brasil.
Lá fora, há expectativas pela aprovação do pacote fiscal de US$ 2 trilhões dos EUA, que já passou no Senado e deve ser apreciado ainda pela Câmara dos Representantes americana. Em carta a milhões de casas americanas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu às pessoas para ficarem em suas residências, não trabalharem doentes e evitarem reuniões e eventos com mais de 10 pessoas.
O Senado brasileiro, por sua vez, deve votar nesta sexta-feira, 27, o auxílio de R$ 600 a informais, entre outras medidas para baixa renda, idosos carentes e doentes, aprovado na noite de quinta pela Câmara. Mas o mercado e a sociedade cobram agilidade na concessão do benefício, uma vez que de cada R$ 100 em medidas prometidas até agora pelo governo Bolsonaro, só R$ 36 saíram do papel. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro reforça ruídos políticos ao apoiar uma campanha publicitária em estudo pelo Planalto: #OBRASILNÃOPODEPARAR.
Bolsonaro insiste no fim do isolamento social, apesar dos quase 3 mil casos confirmados de Covid-19 e 77 mortes no País, além de outras duas epidemias em curso – a dengue e a influenza (gripe). O presidente contraria as recomendações da Organização Mundial da Saúde e de outras entidades sanitárias mundiais.
Em São Paulo, onde o governador João Doria fez boletim de ocorrência por ameaça de morte, as medidas de contenção social valem pelo menos até 7 de abril e o governo estadual cogita "restrição radical" por causa da forte disseminação e aumento de mortes no Estado – epicentro da pandemia no País. Já em Santa Catarina, o governo decidiu manter as restrições à mobilidade apenas até o próximo dia 1º.
Às 9h28 desta sexta, o dólar à vista subia 0,97%, a R$ 5,0455, na mínima. O dólar abril avançava 0,49%, a R$ 5,0470.
Esta no radar uma nova operação compromissada em moeda estrangeira do Banco Central, depois das 10h – e mais cedo o investidor monitorou a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, com alta de 0,70% em fevereiro, ante a taxa revisada de janeiro de alta de 0,32% para avanço de 0,35%.