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CEM DIAS – Crise nos transportes marca 2º mandato de Almeida

Nesta quarta-feira, 10 de abril, Sebastião Alves de Almeida completa 100 dias de seu segundo mandato à frente da Prefeitura de Guarulhos. A maior marca deste período, uma extensão dos quatro primeiros anos, é a crise nos transportes públicos

O prefeito Sebastião Almeida (PT), a cada dia que passa, só confirma que sua reeleição se deu à base de uma propagando enganosa apenas para garantir que ele obtivesse maioria nas urnas. No segundo turno, seus 60% de votos válidos, na verdade, representaram pouco mais de 40% do total de eleitores da cidade. Ou seja, ele não teve a aprovação da maior parte dos guarulhenses.

Assim, ao completar 100 dias do segundo mandato, ele deixa o guarulhense com a nítida impressão que irá ter muita dor de cabeça nos 1.360 dias que ainda faltam até o final de 2016, quando Almeida deve sair definitivamente de sua cadeira no Bom Clima. A marca mais emblemática dessa gestão, entre outros problemas que se acumulam em diferentes pastas, está no sistema de transporte público.

O novo sistema de transportes, implantado de cima para baixo em 2010 sem antes criar as condições necessárias para o pleno funcionamento, se caracterizou como um grande desastre, ilustrado pelos pontos de ônibus lotados, coletivos cheios e deficiências em diversas linhas, após as reformulações, que criaram o sistema alimentador. Uma das questões de honra para Almeida, que desde o princípio deixou claro sua predileção pelas empresas de ônibus, era a retirada das lotações de circulação.

Após um grande embate jurídico, com idas e vindas de liminares que tramitaram na Justiça durante quase três anos, Almeida bateu no peito após a última decisão, confirmada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que aniquilou com o serviço de vans. Perueiros foram para as ruas, acamparam por semanas em frente ao Paço Municipal, gritaram, espernearam, mas – aparentemente – nada mais podem fazer para voltar às ruas.

A ausência das mais de 200 peruas das ruas não foi suprida quase dois meses depois da decisão do TJ. A Prefeitura simplesmente, ignorando as necessidades e interesses dos passageiros, não colocou ônibus em seus lugares. Os microônibus, que formam o sistema alimentador, estão há meses sem receber, bem diferente do que ocorre com as empresas de ônibus que, curiosamente, têm seus pagamentos religiosamente em dia. Não à toa, as cooperativas que mantém o serviço alimentador começaram a se manifestar e, há dois dias, impedem que seus veículos saiam às ruas, piorando ainda mais o serviço de transportes.

Ou seja, nesses 100 dias de Almeida, o guarulhense está parado nos pontos a espera de um coletivo que nunca chega. Ou chega lotado. Nesta terça-feira, no ato 99º dia de mandato, a tônica dos discursos de vereadores não foi outra, por cerca de duas horas, que não o sistema de transportes. Uma opinião comum entre os parlamentares de Oposição, aclamados justamente pela galeria lotada de perueiros sem poder trabalhar: a cabeça de Atílio Pereira, o secretário municipal de Transportes e Trânsito que, além do imbróglio em relação ao sistema de transportes, carrega em sua pasta um ano de rodoviária fechada após o teto cair.

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