Um grupo de estudantes guarulhenses embarca nesta segunda-feira para a Califórnia, nos Estados Unidos, para disputar o Vex Robotics World Championship 2013, campeonato mundial de robótica. As disputas, que acontecem entre 17 e 23 de abril na cidade de Anaheim, na Califórnia (EUA), reúnem mais de cem grupos de países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, México, China, Japão, Cingapura e Coréia do Sul, entre outros. O Brasil será representado pela sétima vez pelo Eniac Challengers, composta por quatro alunos do 9º semestre do curso de Engenharia Mecatrônica da Faculdade Eniac, de Guarulhos, e um professor.
Pela primeira vez, o time do Eniac incluirá uma parceria inédita com a PUC-RS. "Temos buscado motivar outras equipes a participarem deste evento. Os americanos , chineses, japoneses normalmente participam com mais de 60 equipes por país, o que aumentam as chances de conquista. Com essa parceria, que existe há dois anos, procuramos fortalecer a representatividade do nosso País", explica Douglas dos Reis, professor responsável pelos times de Robótica do Eniac.
Para chegar à etapa final do mundial de robótica, uma equipe precisa primeiro conquistar o título brasileiro. "Este ano estamos representando o Brasil tendo tornado campeão nacional na categoria "Excelence Award ", prêmio pelo conceito de engenharia e tecnologia do robô", informa Douglas. Segundo o professor, um robô leva aproximadamente um ano para ser montado, da ideia à confecção final. Na categoria "College" são dois robôs, o que eleva a dificuldade. "Cada competição tem um desafio diferente e, consequentemente , um robô compatível", diz.
O robô do mundial é concebido no torneio nacional. Nesse período são feitos ajustes de ideias. "A proposta é a mesma, mas o robô nunca é igual porque usamos o nacional como parâmetro e assim corrigimos todos os erros para chegarmos mais qualificados no mundial", explica o líder da equipe Eniac Challengers, André Eduardo Rodrigues, que cursa o 9º semestre de Engenharia Mecatrônica, acrescentando que a equipe do Eniac está bem focada e confiante. "Vamos chegar um dia antes da competição para ajustes finais", completa o professor Douglas.
Eniac Challengers – A equipe nasceu em 2007, com o propósito de divulgar os cursos de mecatrônica do colégio Eniac. A plataforma de desenvolvimento escolhida foi a Vex, robôs em estruturas metálicas, onde as competições ocorrem através do uso de robô e piloto. Já em 2008, conquistou o campeonato nacional e, representando o Brasil, tornou-se vice-campeão mundial. Desde então sagrou-se hexacampeão brasileiro nesta categoria, representando o País mundialmente nos últimos seis anos de forma ininterrupta. Em 2009, iniciou paralelamente a expansão do conceito de robótica dentro das áreas acadêmicas, investindo também nas categorias Lego.
As competições passaram a ser dentro dos diversos níveis do conhecimento robótico – Vex fundamental , ensino médio e superior (torneios regionais, nacional e mundial) e Lego fundamental e médio (torneios regionais e nacionais). Os cursos livres de capacitação e Prospecção desta metodologia robótica já atenderam mais 100 alunos internos e da comunidade. Durante estes anos este projeto foi campeão em competições na USP, PUC-RS , além de torneios acadêmicos nacional e mundial.
Atualmente, a equipe do Eniac é formada por aproximadamente 50 integrantes, com idade de 8 a 40 anos, atuando em todos os níveis de formação acadêmica da instituição, do fundamental a pós-graduação. Estes alunos, apesar de conhecimento pleno em todas as plataformas de robótica existente hoje, são divididos por eventos. Enquanto a faculdade vai ao mundial, o médio e o fundamental preparam-se para o torneio juvenil na USP e o estadual da Lego First. "Devemos ter ao longo do ano sete competições e torneios regional, nacional e internacional", explica Douglas dos Reis.
Mundial – O Vex Robotics World Championship é uma iniciativa da empresa norte-americana Vex, produtora de equipamentos robóticos educacionais. As equipes são formadas por até 10 alunos e um professor-coordenador, que adquirem um kit padronizado da empresa, com motores, engrenagens, sistemas pneumáticos e sensores, para planejar e executar o projeto de um robô. Todo ano, a competição acontece nos EUA, em um jogo disputado entre duas alianças formadas por membros sorteados de duas equipes. O mundial contempla todos os níveis de ensino – médio e superior.