Dólar abre em queda com influência externa mas fica instável

O movimento risk-on global prevaleceu na abertura do mercado de câmbio no Brasil mas por pouco tempo. Depois de abrir em queda, a moeda virou, marcou máximas em alta e passou a oscilar entre variações negativa e positiva. O descolamento do mercado doméstico do exterior – onde o dólar perde para as principais pares do real e também para moedas de economias desenvolvidas – acontece desde a semana passada em razão do desmonte de operações de <i>overhedge</i> por parte dos bancos. O fechamento da Ptax de fim de período amanhã assim como o previsto fluxo de remessas corporativas para o exterior de fim de ano também favorecem a alta da moeda americana no mercado doméstico.

O dólar à vista abriu em queda a R$ 5,2275 (-0,20%) e o futuro a R$ 5,2265 (-0,25%). Nas mínimas <i>intraday</i>, o spot caiu a R$ 5,2180 (-0,39%) e o contrato para janeiro foi a R$ 5,2155 (-0,46%).

O tom positivo nos mercados internacionais de moedas e de ações, que favoreceu esse movimento, acontece em reação à aprovação de maior estímulo econômico nos Estados Unidos ontem à noite na Câmara dos Representantes. Após pressão do presidente Donald Trump, os deputados aprovaram o aumento de US$ 600 para US$ 2 mil do auxílio emergencial a americanos que recebem até US$ 75 mil por ano.

Às 9h22, o dólar spot caía 0,03% aos R$ 5,2355. O futuro recuava 0,10% aos R$ 5,2352. Nas máximas, minutos antes, a moeda americana foi a R$ 5,2455 (0,14%) no spot e R$ 5,2445 (0,10%) no futuro.

Com a demanda alta por moeda estrangeira por parte de investidores institucionais e corporações, o Banco Central (BC) entrou ontem no mercado em leilão de dólar à vista. Vendeu US$ 530 milhões. Para hoje, ainda não há leilões de dólar spot previstos. Ontem, o BC anunciou a oferta de até R$ 4 bilhões em títulos públicos em operação compromissada.

A agenda local desta terça-feira tem indicadores importantes. Há pouco, a FGV divulgou que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de dezembro desacelerou para 0,96% após 3,28% em novembro. O resultado veio abaixo da mediana das estimativas (1,20%, a partir do intervalo de 0,98% a 2,20%) calculada pelo Projeções Broadcast. No ano, o indicador ficou em 23,14%, a maior variação anual desde 2002 (25,31%).

Junto com o início dos negócios na B3, às 9 horas, O IBGE divulgou que a taxa de desemprego do trimestre encerrado em outubro ficou em 14,3%. O resultado veio menor que o piso das estimativas, que era de 14,50% no levantamento do Projeções Broadcast.

À tarde, será conhecido o resultado primário do Governo Central.

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