A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo entrega nesta sexta-feira (10/5) 50 novas unidades de resgate que prestarão atendimento em 16 cidades. O investimento de R$ 6,5 milhões ampliará a "tropa de elite" do resgate médico aéreo e terrestre a vítimas de acidentes e violência em todo o Estado. A cerimônia acontece no Palácio dos Bandeirantes, e conta com a presença do governador Geraldo Alckmin e do secretário de Estado da Saúde Giovanni Guido Cerri.
As 50 novas unidades de resgate foram adquiridas pela Secretaria e são superequipadas com todos os recursos de suporte avançado às vítimas, além de materiais e insumos necessários para o atendimento. A ação faz parte de um pacote de investimentos anunciado pelo governo estadual para a ampliação do Grau (Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências), da Secretaria.
"Vamos reforçar e agilizar ainda mais o socorro pré-hospitalar, fundamental para salvar vidas, em todas as regiões do Estado", destaca o secretário Giovanni Guido Cerri. O investimento previsto nessa fase de ampliação do serviço é de R$ 34,7 milhões, quando também serão criadas nove bases do Grau nas cidades de Bauru, Araçatuba, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Presidente Prudente, Praia Grande, São José do Rio Preto, Sorocaba e Piracicaba.
O projeto-piloto de ampliação da rede começou por Campinas, em 2012. Além disso, o Grau já mantém cinco bases na capital, incluindo o grupamento aéreo, que atuam em toda a região metropolitana da Grande São Paulo.
Serão contratados 258 novos profissionais, dos quais 136 médicos (cirurgiões, intensivistas e anestesistas) e 122 enfermeiros, especializados no atendimento a pessoas em estado grave, como vítimas de atropelamento, quedas e até de grandes catástrofes, visando à estabilização do estado clínico até a chegada ao hospital.
Os médicos e enfermeiros do Grau terão o apoio de 21 helicópteros da Polícia Militar para transporte aéreo de pacientes com quadros gravíssimos e risco iminente de morte.
As novas bases serão instaladas até o próximo ano nos municípios do interior e litoral, que foram selecionados com base em sua grande densidade demográfica. Além disso, todas essas cidades possuem estruturas hospitalares aptas a receberem os pacientes em diferentes graus de complexidade, plenamente integradas com as Redes de Urgência do Estado, incluído os diversos Samus municipais.
Com a ampliação do Grau, a Secretaria irá quadriplicar o orçamento de seu serviço de Resgate, dos atuais R$ 5 milhões para R$ 22 milhões por ano.
"O atendimento pré-hospitalar é crucial para estabilizar a vítima antes da remoção, especialmente de pessoas com quadros mais graves, como aquelas em choque ou inconscientes, aumentando desta forma as chances de sobrevivência. A ampliação de um serviço altamente especializado em resgate médico certamente irá contribuir para salvar muitas vidas", afirma Giovanni Guido Cerri, secretário de Estado da Saúde de São Paulo.
Referência
O Grau é referência nacional e até mesmo internacional em resgate médico e atendimento a desastres. A "tropa de elite" da Secretaria esteve presente em tragédias históricas, como a explosão do Osasco Plaza Shopping (1996), queda do teto da Igreja Renascer, quedas das aeronaves da TAM (1996), Gol (2006) e a dos Mamonas Assassinas (1996), além das enchentes que atingiram Santa Catarina (2008), São Luiz do Paraitinga, no interior paulista (2010) e Alagoas (2010).
Os cerca de 80 profissionais do Grau especializados em catástrofes e atendimento a vítimas de acidentes realizam aproximadamente 18 mil socorros médicos por ano. Na capital paulista as cinco bases terrestres do serviço ficam na Praça da Sé, Casa Verde, Cambuci, Butantã e Itaquera.
A equipe do Grau, que passa por diferentes e exaustivos treinamentos, como negociação em sequestros e balística, integra um sistema de resgate composto também pelo Corpo de Bombeiros e o Grupamento de Rádio e Patrulha Aérea da Polícia Militar.
Além de participar de ações áreas de resgate médico, por meio dos helicópteros Águias da Polícia Militar, o Grau também disponibiliza viaturas rápidas, com especialistas e equipamentos aptos à prestação de atendimento rápido para a vítima ainda em rua antes da chegada de uma ambulância.
O acionamento do Grau é feito pelo telefone 193, Central de Operações do Corpo de Bombeiros (COBOM), cabendo ao Médico Regulador do Grau, através das informações recebidas e após o despacho da viatura adequada, monitorar e orientar os profissionais no local além de indicar o melhor recurso hospitalar para cada tipo de atendimento, de acordo com a regionalização e hierarquização dos hospitais previamente normatizados e por uma grade já estabelecida.
Levantamento realizado pelo Grau mostra que 80% das cerca de 1.000 vítimas encaminhadas pelo serviço ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP sobreviveram e tiveram altas. A rapidez e o alcance do Grau, com raio de aproximadamente 60 km de onde a base está instalada, minimiza o estresse em localidades em que há poucos hospitais ou unidades sem as especialidades adequadas para atendimento da vítima.