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Faturamento das micro e pequenas empresas paulistas cresceu 6,1% em abril

Foi o melhor abril desde 2000. A receita total das MPEs subiu R$ 2,7 bilhões sobre abril de 2012 e atingiu R$ 46,2 bilhões

O faturamento real das micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo cresceu 6,1% em abril na comparação com igual período de 2012. A receita total chegou a R$ 46,2 bilhões, R$ 2,7 bilhões a mais do que no mesmo mês do ano anterior. Foi o melhor resultado para um mês de abril, desde 2000, segundo a pesquisa Indicadores Sebrae-SP.

 

Por setores, o comércio mostrou o melhor resultado: crescimento de 9,3% no faturamento real, no confronto entre abril de 2013 e abril de 2012. Em seguida aparece a indústria com alta de 7,7% e serviços, com 1,3% de elevação. O crescimento mais modesto do faturamento de serviços se deve, principalmente, à base forte de comparação. Em abril de 2012, o setor de serviços apresentou aumento expressivo de 16,2% ante abril de 2011.

"O desempenho das MPEs está diretamente ligado ao consumo das famílias, que por sua vez está atrelado ao nível de emprego e renda da economia. Desta forma, com a evolução favorável da ocupação e dos salários, o consumo vem se mantendo aquecido, impulsionando as vendas dos pequenos negócios", afirma o diretor técnico do Sebrae-SP, Ivan Hussni.

 

Entre as regiões, no mesmo período, o destaque ficou com o município de São Paulo que teve crescimento de 11,3% no faturamento. O Grande ABC registrou avanço de 10,9%, seguido pela Região Metropolitana de São Paulo e interior, com altas de 8,4% e 3,6%, respectivamente.

"Além da evolução favorável do consumo no mercado interno, os resultados positivos tiveram influência do fato de abril deste ano ter tido dois dias úteis a mais do que abril de 2012", completa o consultor e economista do Sebrae-SP, Pedro João Gonçalves.

 

Na comparação com março, o faturamento registrou alta de 1%. O levantamento mostra também que as MPEs fecharam o primeiro quadrimestre de 2013 com aumento de 4,3% no indicador, ante os quatro meses iniciais do ano passado.

 

O consumo das famílias tem sido importante para as vendas das MPEs. Contudo, a inflação e a inadimplência preocupam. "O controle da inflação poderá favorecer ganhos reais de renda aos trabalhadores. Isso é um incentivo ao consumo interno, que, no entanto, deve ser menor em 2013 do que em 2012. Como consequência dessa desaceleração, a tendência é de crescimento mais modesto da receita das MPEs este ano", diz Hussni.

Além disso, o Brasil está exposto às turbulências vindas do exterior. "As economias ditas avançadas, mais especificamente a Europa, ainda são motivo de preocupação. Dependendo da intensidade das turbulências dessas economias, o desempenho do Brasil poderá ser afetado com mais ou menos intensidade", conclui Gonçalves.

 

Rendimento e pessoal ocupado

 

Considerando o quadrimestre, os empregados das MPEs paulistas viram seu rendimento real, que inclui salários e outras remunerações, apresentar crescimento de 10% em 2013 ante 2012.

Já a folha de salários apresentou aumento de 9% no confronto entre os quatro primeiros meses do ano.

O total de pessoal ocupado nas MPEs também registrou aumento, de 0,7%, nos primeiros quatro meses do ano ante igual período de 2012.

 

Expectativas

Para os próximos seis meses, a maioria dos donos de MPEs (53%) acredita em estabilidade no faturamento da empresa. 31% esperam aumento no faturamento, 7% aguardam uma piora e 10% não sabem como evoluirá o faturamento da sua empresa.

No que diz respeito ao futuro da economia, a maior parte deles (56%) também espera manutenção no nível de atividade. Houve uma queda na proporção dos proprietários de MPEs que esperam melhora no nível de atividade, de 30% em maio do ano passado para 24% em maio desse ano.

 

O estudo

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP, é realizada mensalmente, com a colaboração da Fundação Seade. São entrevistadas 2.716 MPEs do Estado de São Paulo, distribuídas em: indústria de transformação (10%), comércio (53%) e serviços (37%). Nesta pesquisa, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões.

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