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TRANSPORTES – Passagem cara por serviço mal executado

Coincidentemente, nestes mais de cinco meses que o guarulhense pagou mais caro pela tarifa de ônibus, os problemas com os transportes públicos na cidade só aumentam

Tanto que o transporte público é considerado como o problema que mais incomoda a população local, conforme atesta enquete permanente realizada pelo portal de notícias G1. 31% dizem que se importam muito com o transporte público, contra 21% que apontam saúde e 15% segurança. Ou seja, enquanto a onda de violência assusta grande parte dos moradores de outras cidades da região metropolitana, os guarulhenses sofrem mesmo é com o sistema de transportes.

Em fevereiro, a Prefeitura conseguiu junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo acabar com os serviços prestados pelos perueiros, que trabalhavam graças a liminares desde que Almeida enfiou goela abaixo da população o novo sistema de trasnportes, em 2011. Desde então, até o mês de maio, a cidade conviveu com uma série de protestos promovidos pela categoria, além de péssimos serviços prestados pelas empresas. Somente a partir do mês passado, depois que o Ministério Público do Estado solicitou que a Prefeitura obrigasse as empresas a colocar mais veículos nas ruas, diante do grande número de reclamações que chegaram ao órgão, é que Almeida se mexeu.

Desde meados de maio, as três empresas que operam o sistema de transportes começaram a colocar mais veículos nas ruas. Como a frota que contam é insuficiente para atender a demanda, elas recorreram a veículos já usados em outras cidades, como ônibus pintados nas cores do sistema operado em Campinas, além de veículos que já estavam em desuso e até com portas do lado esquerdo, próprios para municípios que contam com corredores, algo inexistente em Guarulhos. Mesmo com esse acréscimo na frota, os problemas não acabaram.

É fácil observar, em diferentes horários do dia, pontos de ônibus lotados de passageiros a espera de uma condução. Pela manhã, os guarulhenses que moram na região do Cecap esperam até 30 minutos por um coletivo que se dirija ao Centro. Outras regiões populosas, como o Jardim Acácio, Fortaleza, Vila Any e Santos Dumont, entre outros tantos, também sofrem com a falta de ônibus nas linhas.

Com a inclusão desses veículos usados, outro problema: não é raro ver pela cidade coletivos quebrados, algo que não ocorria com tanta frequência quando a frota contava apenas com ônibus novos ou seminovos. Assim, como ocorreu no final da tarde da última sexta-feira, os coletivos quebrados, além de prejudicar os passageiros, também contribuíram para atrapalhar ainda mais o conturbado trânsito da cidade. Entre às 17h e 19h, por exemplo, só na região central dois ônibus parados no meio da rua a espera de conserto ou remoção – um na rua João Gonçalves e outro na avenida Tiradentes – foram responsáveis por causar um verdadeiro nó no trânsito em diferentes ruas e avenidas.

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