Não havia, porém, sequer 1 metro de rua pavimentado onde deveria estar pronto o leito da via pública, que liga diversas avenidas da Cidade Satélite e que facilitaria o tráfego, principalmente de caminhões que se dirigem às dezenas de empresas instaladas naquela região. Sem a avenida, os veículos são obrigados a desviar por ruas do bairro e dar grandes voltas para chegar a seus destinos.
No mesmo bairro, a Delta também deveria ter finalizado a obra da Avenida Projecta em 2011. Mesmo após um robusto reforço de verbas, o serviço ainda não havia sido concluído um ano atrás. A prefeitura de Guarulhos já tinha liberado R$ 4,6 milhões para a obra da Projecta. Um ano se passou e o cenário é quase o mesmo. Apenas a placa anunciando a obra foi retirada do local.
“Os dois contratos com a Delta foram assinados em fevereiro de 2008 pelo então prefeito de Guarulhos, Elói Pietá (PT). Naquele período, Pietá começava a articular a campanha por sua sucessão. Em outubro, Pietá saiu vitorioso das urnas ao eleger Sebastião Almeida (PT) para o comando da cidade”, ressaltou a reportagem da Época. A revista revelou que a origem do desperdício de verba, segundo o TCE, pode estar nos vícios do processo licitatório. Ele excluiu, de uma só tacada, quase todas as empresas que se interessaram pelas obras.
A concorrência para a obra da Avenida Cumbica foi aberta em janeiro de 2008. Das 43 empresas que se interessaram, apenas oito chegaram à fase final do certame, vencido pela Delta. Um fato estranho, porque, segundo o TCE, em termos históricos, pelo menos metade das empresas que retiram o edital de licitação costuma se habilitar para apresentar suas propostas. As obras em Guarulhos eram relativamente simples e previam apenas a colocação de guias e a pavimentação de ruas.
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