A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo vai aprimorar o sistema de progressão continuada da maior rede de ensino do País. A mudança estabelece a ampliação de dois para três ciclos no Ensino Fundamental (afetando o dia a dia de 2,5 milhões de alunos), o que significa que a possibilidade de retenção dos estudantes, que acontece hoje apenas no 5º e 9º ano, passará a ocorrer no 3º, 6º e 9º ano.
O novo plano de ensino é amparado por ações, estudo e consultas à rede iniciados em 2011. Foram mais de 70 encontros por todo o Estado com a presença do secretário de Estado da Educação, professor Herman Voorwald, reunindo mais de 20 mil profissionais da rede ao longo dos últimos três anos. As conversas resultaram na elaboração de um documento que serviu de base para a construção do novo plano de ensino.
"Trata-se de um projeto construído em conjunto com nossos educadores, a partir da percepção daqueles que conduzem as ações e a rotina escolar na ponta, dentro da sala de aula. Ouvir a rede era o principal pré-requisito para a elaboração e implantação de uma nova proposta", afirma o secretário. Além de ter surgido a partir da cocriação com os educadores da rede, o novo modelo conta com uma estrutura que permite o acompanhamento permanente dos estudantes ao longo dos ciclos.
De 2011 para cá a Secretaria investiu na criação de novas ferramentas de reforço escolar, como a recuperação nas férias escolares e aos sábados, além das modalidades tradicionais que foram intensificadas (confira abaixo).
Houve ainda a criação de um Comitê Pedagógico para visitar as escolas e acompanhar a aplicação do currículo nas séries iniciais, além da ampliação da Avaliação Diagnóstica para todos os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. "Nosso foco é o desenvolvimento individual dos estudantes, entendendo que cada um tem um ritmo de aprendizado. As avaliações periódicas existentes somadas às novas modalidades de recuperação e um ciclo menor de ensino proporcionarão um acompanhamento ainda mais efetivo", destaca o secretário.
“São Paulo fez a lição de casa. Em 2010 o Estado implantou o ensino fundamental com nove anos de duração, deixando o primeiro ciclo com cinco anos e o segundo com quatro. Agora os ciclos serão menores, de três anos cada, uma importante mudança para evolução do aprendizado dos alunos”, completa Voorwald.
Avaliação diagnóstica bimestral
A partir de 2014 a Avaliação Diagnóstica da rede estadual ocorrerá ao final de cada bimestre. O instrumento permite que os professores tenham um relatório personalizado de aprendizado por aluno e um cardápio de ações focadas em sanar suas principais dificuldades. A ação soma-se ao Saresp, avaliação da rede, não individualizada, que a Secretaria realiza anualmente.
Acompanhamento Permanente
Atualmente, cerca de 149 mil estudantes da rede estadual de ensino passam por alguma modalidade de recuperação. Na "Intensiva" são atendidos 22 mil alunos, que frequentam classes regulares com estratégias pedagógicas específicas para suas necessidades. Na modalidade "Contínua" 31 mil professores-auxiliares dão suporte aos professores titulares na recuperação imediata de conteúdo para cerca de 127 mil estudantes do Ensino Fundamental e Médio. Nas férias escolares de julho, cerca de 70 mil estudantes passaram por um reforço inédito e tiveram a oportunidade de revisar o conteúdo nas últimas semanas de recesso escolar. No mês de outubro, 215 mil estudantes foram indicados para o reforço aos sábados.
A rede estadual paulista conta ainda com um currículo unificado (que permite que os estudantes em todo o Estado tenham a garantia do mesmo conteúdo), avaliações permanentes e com um Boletim Escolar publicado ao final de cada bimestre. As notas dos estudantes (que variam de zero a dez) também estão disponíveis online, no Portal da Secretaria. Levantamento divulgado pela Secretaria aponta que 61% dos pais acompanham o boletim dos alunos da rede estadual.