Cidades

“Alunos inventores” da rede estadual levam projetos à feira da USP

Invenções como pomada cicatrizante, bengala com GPS e semáforo sustentável desenvolvidas nas escolas estaduais ganham espaço até em congressos internacionais

Os programas de incentivo científico da Secretaria da Educação do Estado têm despertado a criatividade e o espírito empreendedor dos estudantes das escolas estaduais de São Paulo. Um dos exemplos é que a partir desta semana, entre os dias 18 e 20, quatro equipes de “inventores” da rede vão disputar a final da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), organizada pela USP e que ocorre na capital paulista.

As invenções finalistas da rede estadual paulista são uma pomada cicatrizante natural e um cosmético de caranguejo, da Escola Estadual Jardim Riviera, de Santo André; uma bengala com GPS, da Escola Estadual Ilza Irma Moeller Coppio, de São José dos Campos; e uma proteção sustentável contra o fogo, da Escola Estadual Professora Suely Maria Cação Ambiel Batista, de Indaiatuba. Todos os projetos são de autoria de jovens cientistas entre 16 e 18 anos, estudantes das escolas com o Novo Modelo de Ensino Integral da Secretaria, e desenvolvidos durante o período de aulas.

Além da participação na final da Feira da USP, os trabalhos dos alunos das escolas estaduais têm ganhado espaço nos congressos científicos do Brasil e do mundo. Em junho, por exemplo, o Brasil será representado pela equipe da Escola Estadual Ilza Irma Moeller Coppio, de São José dos Campos, no Genius Olympiad, em Nova York.

Os estudantes são autores do projeto “Sinal Verde”, grande vencedor da Feira de Ciências das Escolas de Tempo Integral, e que prevê a implantação nos semáforos de um sistema sustentável de geração de energia, o que evitaria “panes” após dias de tempestades.

Está garantida ainda a participação dos alunos paulistas na Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia (Mostratec), no Rio Grande do Sul, e na Feira Nordestina de Ciências e Tecnologia (Fenecit), em Pernambuco, eventos marcados para o segundo semestre deste ano e que também terão as obras científicas 100% desenvolvidas nas escolas estaduais.

        “Incentivar o conhecimento e a produção científica dos nossos alunos é um dos pilares do Novo Modelo de Ensino Integral e nós temos conseguido atingir este objetivo com a realização de projetos inovadores, de extrema qualidade e que mostram todo o potencial dos estudantes da nossa rede”, afirma a coordenadora do programa da Secretaria, Valéria Souza.

A produção científica faz parte do currículo e das disciplinas eletivas ministradas nas 182 escolas com o Novo Modelo existentes atualmente na rede estadual e que atendem 55 mil alunos, número 11 vezes maior do que os 5 mil estudantes contemplados no início do programa em 2012. Entre estes estudantes, estão inventores que já criaram mochilas massageadoras, macas com amortecedores, fechaduras iluminadas e bicicletas geradoras de energia.

Com o intuito de encurtar ainda mais a distância entre os laboratórios das universidades e as escolas, a Secretaria deu início, em março, a um projeto com o Instituto de Física da USP. A parceria prevê a capacitação de professores das escolas de tempo integral nas áreas de física, biologia e matemática. O primeiro encontro foi na Escola Estadual Alexandre Von Humboldt, na capital paulista, e deve percorrer outras escolas do Estado.

A Febrace

Neste ano, concorrem a prêmios projetos de estudantes de escolas públicas e privadas do ensino Fundamental, Médio e Técnico de todo o Brasil. Todos têm o desafio de propor trabalhos pioneiros na utilização de recursos de tecnologia e que ajudem as comunidades. Os projetos serão avaliados por uma comissão julgadora e, além de prêmios especiais, concorrem a uma das nove vagas destinadas ao Brasil na Feira Internacional de Ciências e engenharia da Intel (Intel ISEF), marcada para maio, em Los Angeles (EUA).

Serviço
Data: de 18 a 20 de março (de terça a quinta-feira)
Local: Poli/USP (Avenida Professsor Luciano Gualberto, nº 3, travessa 3 – Cidade Universitária – São Paulo – SP)

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