Quem pensou que Atílio foi à Câmara de peito aberto para enfrentar Mossoró perdeu a viagem.
Como convidado da Comissão de Transportes e Trânsito da Casa, presidida pelo petista e líder do Governo, Samuel Vasconcelos, encontrou o cenário ideal para se esconder atrás de números, planilhas e um discurso pronto de “gestor eficiente”. Sem espaço ou tempo para ser questionado pelos vereadores sobre assuntos quentes do dia, se ateve em apresentar o mar de rosas que ele julga ser o sistema de transportes do município.
Vomitando números apresentou a planilha de custos que envolve o sistema de transportes, sem dar tempo até aos mais entendidos no tema para avaliar a veracidade dos dados. Citou, por exemplo, que o percurso médio diário de um ônibus é de 796,92 km, o que totaliza 20.720 km por mês.
Por mais que Guarulhos tenha uma grande extensão territorial, difícil entender como um veículo de transporte coletivo, geralmente lotado, que fica muito tempo parado no caótico trânsito da cidade, consegue rodar tanto 26 dias de um mês, parando apenas quatro para manutenção. Seria o mesmo que ir e voltar ao Rio de Janeiro em um espaço de 18 horas (entre às 6h e às 24h). Os micro-ônibus, que compõem o sistema como permissionários, rodam um pouco a menos por dia. Cada um, em média, segundo Atílio, roda 757,6 km, o que totaliza 19.700 km ao final de um mês.
Como as empresas de ônibus e os permissionários recebem por quilômetro rodado, independente do número de passageiros que carregam, a Prefeitura desembolsou em janeiro deste ano, apenas com as três empresas que atuam como concessionárias perto de R$ 3,8 milhões, fora os permissionários.
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