Comer chocolate pode fazer bem à saúde da criança, mas os pais e responsáveis precisam ficar atentos. O alerta é da nutricionista Glauce Hiromi Yonamine, do programa “Meu Pratinho Saudável”, parceria do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde, com a LatinMed Editora em Saúde.
Segundo ela, o alimento deve ser oferecido com moderação. Ficar de olho no tamanho e na quantidade de ovos de chocolate que as crianças ganham na Páscoa é importante para evitar o consumo exagerado e os efeitos negativos associados ao açúcar e as gorduras presentes no doce como cáries, colesterol e triglicérides altos, diabetes e obesidade.
As vantagens do chocolate estão ligadas ao teor de cacau. Estudos demonstram que o consumo regular, mas moderado, está associado à diminuição do risco de doenças cardiovasculares, já que o cacau contém compostos fenólicos, responsáveis por atividade antioxidante, anti-inflamatória, vasodilatora e combativa à obstrução arterial.
Segundo a nutricionista, durante o período de exposição das crianças à guloseima os pais não devem descuidar da alimentação normal e adequada. “É preciso respeitar os horários das refeições e a qualidade da alimentação. Oferecer alimentos com menor teor de gordura, restringir outros doces e aumentar a oferta de frutas e hortaliças ajudam a equilibrar a alimentação”, explica.
A dica é separar a porção de chocolate para consumo e não deixar o ovo à disposição para a criança comer o quanto quiser. Menores de dois anos de idade não devem consumir açúcares nem doces. A partir dos dois anos, a quantidade máxima recomendada é de uma porção de 55 kcal por dia. Considerando apenas o consumo de chocolates como doces, se a criança ganhar um ovo de páscoa de 100g (560 kcal) e consumir uma porção por dia, este ovo durará 10 dias.
Confira abaixo outras dicas para escolher os ovos e as maneiras mais adequadas para oferecer o doce às crianças
– Optar pelos amargos ou meio amargos
Os benefícios do chocolate estão associados ao teor de cacau e dos compostos fenólicos, responsáveis pelo amargor. O chocolate amargo é o ideal e em segundo lugar o meio amargo. Apesar da opção ao leite ser a preferida das crianças, ela contém menos cacau e mais açúcar. O branco não é recomendável por não conter cacau. Os recheados podem conter maior quantidade de açúcar e gorduras.
-Avaliar os ingredientes do produto
Os ingredientes aparecem listados nos rótulos dos produtos em forma decrescente, a partir do que está presente em maior quantidade para o menor. Observar a lista pode facilitar a avaliação da proporção de ingredientes como cacau e gorduras. Olhar a tabela nutricional também contribui para a seleção do ovo com menor quantidade de calorias, especialmente em relação às gorduras totais e trans.
Os pais com crianças alérgicas a alimentos, doença celíaca e diabetes devem fazer a leitura cuidadosa dos rótulos para evitar contaminação cruzada – quando o produto contém pequenas quantidades do item causador de alergia por contaminação acidental no processo de produção. É recomendável optar por produtos especialmente formulados para as restrições como os sem glúten, diet, à base de soja ou alfarroba.
– Ensinar a criança a saborear os alimentos
Quando a criança comer o chocolate é importante que esteja em ambiente agradável e não tenha distrações (como televisão ou computador). Sentir o aroma e consumir devagar, deixando o alimento derreter na boca, permitirá que a criança se satisfaça com pequenas quantidades.