Em entrevista ao GuarulhosWeb, diversos comerciantes – que preferiram não se identificar por temerem represálias – declararam estar inconformados com a decisão judicial, conforme anunciou a Prefeitura em reunião realizada na noite desta quinta-feira.
Eles se sentem traídos tanto pela administração municipal como por políticos que defendem o bairro. Alegam que tinham a promessa de que haveria a construção de quiosques, que seriam definidos mediante licitação realizada aos atuais donos. “Mas isso não existe mais”, afirmou um deles.
Um comerciante que mantém trailer no local há 34 anos disse estar indignado. “A gente merecia mais respeito, dignidade. Aqui não existe nenhum vagabundo. Ninguém aqui é camelô infiltrado que vende mercadoria contrabandeada. Nós pagamos impostos. Fazemos parte da comunidade, da cultura do Cecap. A gente está sendo tratado como lixo”, desabafou.
A saída dos trailers se deve à formação de um bosque no Cecap, já que os estabelecimentos ficam em áreas públicas, ao longo das ruas no entorno dos conjuntos residenciais. “Não somos contra a retirada dos trailers, mas desde que houvesse uma alternativa para não nos deixar nas ruas. Haviam conversas para nos dar concessão para atuar em quiosques. Agora isso não existe mais”. Segundo explicaram, eles têm dois meses para sair pacificamente do local. “Caso contrário, vão passar com as máquinas em cima para nos retirar daqui”.
