Por volta das 17h, cerca de 150 moradores foram para a avenida Jamil João Zarif, próximo à rotatória que dá acesso ao bairro por um lado e à Marginal Baquirivu do outro. Os ânimos se exaltaram e um automóvel velho foi queimado. Este foi o estopim para que o grupo de moradores bem intencionados desse lugar a marginais e vândalos que tornaram a área um verdadeiro campo de batalha.
Uma moradora que participou do início dos protestos contou por telefone ao GuarulhosWeb de dentro de sua casa, onde ficou refém dos marginais por mais de três horas, que a população do bairro está cansada de sofrer com vários problemas de infraestrutura enquanto assistem o governo brasileiro gastando milhões de reais nos preparativos para a Copa do Mundo. "Isso revolta a gente", disse.
Porém, enquanto falava ao telefone, era possível ouvir o barulho das bombas e rojões que foram furtados pelos marginais de uma loja de fogos de artifício localizadas na Jamil Zarif. Seus filhos estavam com medo.
Nas ruas do bairro, já por volta das 18h30 poucos moradores. Apenas marginais que se aproveitavam da confusão para causar mais problemas e atirar bombas contra os policiais e atear fogo em lixo e em alguns carros estacionados nas proximidades. Até um estacionamento utilizado por passageiros do Aeroporto Internacional, localizado muito próximo dali, foi invadido. Apesar de lotado de automóveis, apenas dois foram destruídos pelo incêndio, graças à rápida ação do Corpo de Bombeiros.
A situação só começou a ficar mais calma quando a Tropa de Choque da Polícia Militar, que precisou se deslocar de São Paulo até Guarulhos, chegou à região. Os policiais começaram a dispersar os vândalos com bombas de efeito moral e balas de borracha. Já perto das 21h ainda havia focos de protestos, com alguns desses marginais que se espalharam pelas ruas do bairro ainda tentando enfrentar a PM.