Aquilo que parecia não ser mais útil, tem o seu devido valor quando se trata do reaproveitamento alimentar realizado pelo Banco de Alimentos do município.
Até junho deste ano foram arrecadados cerca de 7 bilhões kg de alimentos, que beneficiam 25 mil pessoas por mês. A entidade trabalha para superar esta marca nos próximos meses.
De acordo com o Banco Alimentar, calçado em estudo em 2008, ficou constatado que o desperdício, principalmente, de hortaliças chega a 37kg por habitante. Nas casas e restaurantes estimam-se perdas que chegam a 20% e a 15%, respectivamente. No País, 60% de todo lixo domiciliar são compostos por comida. Isso representa, a cada ano, um volume de 26,3 milhões de toneladas de restos de alimentos desperdiçados.
Para combater o desperdício alimentar na cidade, o Banco de Alimentos criou em 2009 o projeto Saúde com Casca e Tudo. O projeto atende atualmente 30 pontos no município e realiza 24 mil degustações por mês. Até junho deste ano, o Banco de Alimentos registrou a marca de R$ 7 bilhões kg de alimentos arrecadados, que tiveram como destino instituições sem fins lucrativos que produzem refeições e distribuição gratuíta para pessoas consideradas de vulnerabilidade social.
São arrecadados alimentos fora dos padrões de comercialização e com condições adequadas de consumo, além de alimentos provenientes de campanhas, cooperativas e do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar. Com estas iniciativas, o Banco atende aproximadamente 25 mil pessoas por mês.
No entanto, nem tudo são flores. A legislação e a burocracia são considerados os principais empecilhos no processo de progressão do Banco de Alimentos. Possíveis doadores demonstram desinteresse em realizar as doações por que são obrigados a pagar o imposto sobre a doação, independente de ter pago na aquisição.
Além dos encargos tributários, o doador pode sofrer sanções da lei e responder a processo civil e criminal em caso de danos a saúde de quem consumir o alimento doado.