Até o próximo domingo, 20, o festival In Edit segue com uma programação de documentários musicais vibrantes e esclarecedores. Orbitando sobretudo personagens e cenas importantes da música brasileira, as produções podem ser acessadas por R$ 3 cada exibição na plataforma do In-Edit. O <b>Estadão</b> dá aqui cinco dicas do que vale a pena ser visto ante que as produções sejam retiradas da plataforma.
Dom Salvador & Abolition
De Artur Ratton e Lilka Hara, a produção narra a história do pianista que teve atuação fundamental primeiro no samba jazz, nos anos de Beco das Garrafas, e depois na criação da identidade de uma música negra brasileira com influências do funk norte-americano nos anos 70 ao criar o grupo Abolição. A vida de Dom Salvador é esquadrinhada até os dias de hoje, ao mostrar como ele vive em Nova York com a família e a mulher Mariá. Entrevistas com Ed Motta, Toni Tornado, Harry Belafonte, Elza Soares, Rubens Sabino, José Carlos, Dick Oatts, Serginho do Trombone.
Porfírio do Amaral: a verdade sobre o samba
De Caio Rubens, esse documentário é fundamental para mostrar um nome do samba praticamente esquecido até hoje, mas com passagens curiosas e importantes pela história. Chico Buarque fala sobre o que conhece dos versos de Porfírio e imagens preciosas buscadas nos arquivos da TV Cultura recuperam um programa Ensaio, de Fernando Faro, que nunca foi ao ar porque Porfírio, quando cantava, ficava gago.
Garoto – Vivo Sonhando
Com direção de Rafael Veríssimo, roteiro de Marcelo Machado e Veríssimo e edição de Pedro Watanabe, esse excepcional trabalho traz detalhes e minúcias da vida do considerado maior violonista brasileiros de todos os tempos. Criador do violão tenor, de quatro cordas, e ultra moderno em seus conceitos harmônicos, Garoto teve uma vida curta e de passagem fundamental para o choro, a bossa nova e visões que nem chegaram a ser entendidas até os dias atuais.
Tempo Zawose
Uma viagem a Bagamoyo, na Tanzânia recente, de 2019, rendeu esse trabalho cheio de peculiaridades captado em um vilarejo isolado onde moram os membros da família Zawose. Uma família de músicos com uma herança cultural forte e estruturada, transmitida de geração em geração do povo wagogo, composta de um repertório único e de instrumentos feitos artesanalmente, como o zeze (que chamamos aqui de kalimba). Não por acaso, as crianças aparecem em todas as cenas.
13 Horas
Marco Chagas conta uma história rápida e curiosa nesse curta gratuito. Um edifício no Bairro das Laranjeiras, no Rio, lida com o fato de ouvir todos os dias, ao final da tarde, o som de um trombone tocado por um dos moradores. A mesma música, que divide as opiniões, causa repúdio e engajamento em tempos de pandemia. Uma bela sacada.