O encontro marcado para a noite desta quarta-feira, 7, entre empresários e o presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo, deverá ser dominado por três assuntos: o aval do Palácio do Planalto para a compra de vacinas contra a covid-19 por empresas privadas, uma sinalização de comprometimento do governo com o teto de gastos e a agilização das discussões com o Congresso envolvendo a aprovação das reformas administrativa e tributária.
A conversa, que ocorrerá na casa do empresário Washington Cinel, dono da empresa de segurança Gocil e por muito tempo uma figura ligada ao governador de São Paulo, João Doria, deve incluir nomes importantes da economia nacional. A escolha da residência do empresário passou pelo crivo do Planalto – foi lá também que houve uma reunião de empresários com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), na semana passada.
Cinel, aliás, tentou durante algum tempo apaziguar os ânimos entre Bolsonaro e Doria – sem sucesso. Ele continua a fazer parte do conselho do Lide, grupo de empresários criado pelo hoje governador, e fontes negam que os dois tenham brigado. No entanto, o jornal <b>O Estado de S. Paulo</b> apurou que, neste momento, o dono da Gocil estaria mais próximo do presidente do que do governador paulista. "Ele é fã do Bolsonaro", definiu uma fonte.
Segundo uma fonte próxima à organização do encontro, são esperados nomes como Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Rubens Ometto (Grupo Cosan), André Esteves (BTG), Candido Pinheiro (Hapvida), José Isaac Peres (Multiplan), Rubens Menin (CNN/MRV), Carlos Sanchez (EMS), Alberto Saraiva (Habibs) e Flavio Rocha (Riachuelo), além de alguns representantes de empresas de mídia, como Jovem Pan e Rede Bandeirantes.
O jornal <b>O Estado de S. Paulo</b> apurou ainda que todos os nomes passaram pelo crivo do Palácio do Planalto e foram aprovados pelo próprio Bolsonaro. De maneira geral, apesar das críticas que o governo tem sofrido de grandes empresários e banqueiros, quem está à frente do encontro afirma não se tratar de uma "reaproximação" entre Bolsonaro e o setor produtivo. Alguns dos nomes escolhidos são apoiadores de primeira hora do presidente desde a campanha de 2018.
<b>Críticas</b>
Nas últimas semanas, empresários de diversos setores e do mercado financeiro têm criticado de forma pública a gestão Bolsonaro, especialmente pela condução do governo no controle da pandemia. É corrente a reclamação da demora na vacinação e do papel que o presidente tem desempenhado na crise sanitária, ao defender tratamento precoce e pregar contra as medidas de distanciamento social adotadas por governadores e prefeitos no País.
A reportagem apurou ainda que a saída de Fabio Wajngarten do cargo de secretário especial de Comunicação Social (Secom) do Ministério das Comunicações ajudou a melhorar a articulação entre empresários e governo, que antes era vista como difícil. Hoje, esse "meio de campo" está a cargo de Fábio Faria, ministro das Comunicações. Os empresários também teriam aprovado as recentes trocas de comando nos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo</b>.