Desenvolvido em 1907 por Lorde Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, o escotismo é uma prática, que prevê o desenvolvimento da criança e do adolescente em cinco áreas: intelectual, social, afetiva, física e de caráter. Através de jogos cooperativos, passeios, atividades e ações os participantes aprendem lições que levarão para toda a vida.
Em Guarulhos, os escoteiros estão presentes há 30 anos com um grupo que, atualmente, se reúne todos os sábado no Parque Fracalanza. São cinco categorias, que se dividem entre lobinhos (6 aos 11 anos), escoteiros (11 aos 15 anos), sênior e guias (15 aos 18 anos), pioneiros (18 a 21 anos) e adultos voluntários (a partir dos 21 anos). No Brasil, são aproximadamente 80 mil escoteiros, distribuídos por várias regiões do país.
Vicente Vasconcelos, diretor técnico do grupo e chefe de tropa escoteira, conta que eles costumam fazer muitos passeios com as crianças. Os Lobinhos têm uma supervisão maior da chefia, porém na maioria das vezes os pais não acompanham os passeios para que as crianças possam conquistar a independência mais rápido, um dos objetivos do escotismo.
Já os escoteiros de 11 a 15 anos participam de atividades de aventura e têm mais independência nas atividades. “As crianças nesta fase aprendem a se virar sozinhos e começam a ter contato com ferramentas cortantes e com o fogo”, diz o chefe. Dos 15 aos 18 anos, as atividades são de desafio. Em setembro, o grupo desceu o rio Paraíba do Sul em um barco confeccionado com garrafas pet. Foram três dias percorrendo o rio.
Grupos participam de atividades sociais
Com o objetivo de se desenvolver junto à sociedade, eles também participam de atividades com a comunidade, como visitas a asilos e campanhas do agasalho. Neste ano, os escoteiros estão arrecadando brinquedos para distribuir no natal. “Além de arrecadar, eles entregaram também os brinquedos. Queremos que se envolvam totalmente com a atividade”, explica Vicente que completa. “Assim eles se tornando cidadãos úteis à sociedade e aprendem a trabalhar em equipe”.
Guarulhos centralizou ações da Joti
No final de semana passado, aconteceu a gincana virtual conhecida como Scout Joti Challenge (SJC), quando jovens de todo o mundo participam de atividades que passam pelo conceito “pensar global e agir local”. Esta atividade é promovida anualmente pela Organização Mundial do Movimento Escoteiro (WOSM), por meio dos Escoteiros do Brasil (UEB). Nesta 18º edição, foi chamada de Jamboree na Internet (JOTI) – encontro mundial de escoteiros na internet.
Com sede na Suiça, os escoteiros chegam a 34 milhões no mundo, que participam juntos do Joti. No Brasil, cerca de 20 mil escoteiros participaram. Mas Guarulhos teve uma participação especial, já que foi escolhida para ser a sede, a partir de onde foram conduzidas todas as atividades. Segundo Rodrigo Moreira, mobilizador no Estado, Guarulhos foi escolhida pela ótima infra-estrutura e qualidade dos serviços de dados oferecidos.
Redes Sociais ajudam nas atividades
Vicente conta que é difícil sair com as crianças pelas ruas para fazer atividades. A maior parte acaba sendo realizada dentro de lugares fechados, mas as redes sociais têm ajudado na divulgação para a comunidade e na comunicação interna.
Segundo ele, pelo site e pelo Facebook, os escoteiros de Guarulhos conseguem divulgar quais são as próximas atividades do grupo e onde estará praticando as tarefas. A Internet também acaba sendo utilizada para propagar um dos princípios do escotismo, que é aprender fazendo. “Antes nós perdíamos muito tempo explicando como fazer, hoje a gente dá a dica eles procuram na internet e já chegam aqui com a base”, explica.
Chefes atuam como orientadores
“Hoje chefes de escoteiros são quase pedagogos”, explica Vicente. Ele conta que não participa apenas como chefe dos escoteiros mas também como orientador, afinal está presente sempre que pode no desenvolvimento de cada criança.
Claudete Capovilla, 60 anos, a escoteira com mais idade do grupo, é um exemplo, já que está sempre de bom humor e ajuda a todos. “Minha vida mudou muito depois que eu entrei para os escoteiros”, afirma. Antes de conhece-los, ela jamais imaginou um dia integrar o grupo. “Vim trazer a minha neta e como era muito longe de casa para ir e voltar acabei ficando”. Hoje, Claudete é a responsável pela cozinha, faz o lanche dos escoteiros, organiza o almoço e todas as refeições que sejam necessárias.
