O baixo nível das represas e a agravante crise no abastecimento de água em todo Estado de São Paulo está causando divergência entre os órgãos administradores e gerenciadores deste insumo. Tanto a Sabesp quanto a ANA (Agência Nacional de Águas) e o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) se esquivam de apresentar soluções, principalmente para o sistema Alto Tietê.
Responsável pelo atendimento de 25% da população localizada na região leste de Guarulhos, o Alto Tietê registra apenas 6,8% de sua capacidade de atendimento nesta quinta-feira. Enquanto o sistema Cantareira, que atende outros 65%, apresenta marca de apenas 13,6%, incluindo a segunda reserva do chamado volume morto.
Diante deste cenário, a Sabesp informou que ela é a responsável pela execução dos serviços no sistema Alto Tietê. No entanto, a companhia justifica que as retiradas de águas desta represa, sem revelar a quantidade removida, obedecem às determinações dos reguladores ANA (Governo Federal) e DAEE (Governo Estadual).
Em relação à acusação e a ação judicial movida pelo Ministério Público Estadual (MPE), a Sabesp afirmou que está à disposição da entidade para os devidos esclarecimentos sobre a gestão do sistema. Diferente do DAEE, que preferiu não se pronunciar sobre o assunto e a forma com qual este órgão fiscaliza as atividades promovidas pela Sabesp.
Em contrapartida, a ANA, via telefone, já que alegou problemas técnicos para enviar as devidas respostas por e-mail, alegou que o gerenciamento, bem como a administração do sistema Alto Tietê pertence ao Governo do Estado, mas admitiu que pode intervir apenas em procedimentos gerenciais do sistema Cantareira.