Pressionado pela sequência de resultados ruins no Campeonato Paulista e pela precoce eliminação na Copa Libertadores, o técnico Tiago Nunes resolveu desabafar. O treinador do Corinthians disse que há colegas enviando currículos para a diretoria, tentando ocupar sua vaga, e que os protestos dos torcedores contém um viés político.
"A politicagem que a gente vive no Brasil é a seguinte. Eu tento destruir o que está dentro para valorizar o que está fora. Todo mundo que está fora tem a solução para o que está acontecendo dentro. Em qualquer instituição funciona dessa maneira. Os treinadores são assim, principalmente alguns que estão mandando currículo, inclusive agora, forçando nesse momento, treinadores importantes. Sempre tem a solução para o que está acontecendo no Corinthians", reclamou o treinador, durante entrevista para o canal BandSports.
Em relação aos protestos da torcida, Tiago Nunes disse estranhar que em fevereiro já tenha sido cobrado. "Sem dúvida há um ambiente político. A diretoria tem tentando ao máximo nos blindar e nos deixar à margem disso aí. Mas, por exemplo, quando em tempos normais a torcida do Corinthians bateu em fevereiro no portão do clube? É engraçado isso, né? É estranho", ironizou. "Ah, por que perdeu a Pré-Libertadores para o Guaraní-PAR? Pode ser. É um catalisador isso aí. Mas a gente sabe também que tem muito interesse político", completou.
O protesto citado por Tiago Nunes aconteceu no dia 26 de fevereiro, quando membros das principais organizadas do Corinthians foram até o CT Joaquim Grava e fizeram um protesto, com gritos de ordem contra a diretoria, jogadores e o próprio treinador.
Tiago Nunes também comentou sobre a pressão que é comandar o Corinthians e o fato de muitas notícias de coisas internas vazarem para a imprensa. "Não me preocupo. Faz parte. Vim para o Corinthians sabendo que tudo vaza, todo mundo sabe o que acontece aqui dentro. Como tem muita repercussão naturalmente gera muito polêmica. Tem de ter capacidade de não dar bola para isso. O Corinthians, a exemplo de outros clubes grandes do mundo, precisa de resultado e o resultado não está tendo. Vai acontecer esse tipo de coisa. Havendo resultado as coisas fluem de maneira natural, o portão não vai mais bater e a torcida vai ficar mais calma. Os políticos vão se acalmar um pouquinho mais", analisou.
O retrospecto do treinador à frente do Corinthians não é dos melhores. Em 12 jogos, foram apenas três vitórias, cinco empates e quatro derrotas. O time foi eliminado na segunda fase preliminar da Libertadores e está em uma situação bastante complicada para se classificar às quartas de final do Paulistão.