O uso de drogas durante a gravidez já é considerado um problema de saúde pública, que impacta diretamente os indicadores de mortalidade materna e infantil. Para discutir essa problemática, a Secretaria de Saúde, por meio do Departamento de Articulação de Redes de Atenção à Saúde (Daras), promoveu nesta sexta-feira (28), na UnG (Universidade Guarulhos), o 1ºFórum Peninatal de Guarulhos – Rede Cegonha, com o tema “Morbimortalidade Perinatal e Drogadição – Causas e Consequências”.
O objetivo é criar um movimento de articulação, começando pela Rede Cegonha (de atenção ao pré-natal, ao parto, ao nascimento, ao puerpério e à criança de zero a dois anos de idade) e pela Rede de Atenção Psicossocial, para a implantação de ações intersetoriais com a finalidade de combater o uso de drogas entre gestantes e, consequentemente, reduzir a mortalidade materna e infantil.
“Nosso novo desafio é a reorganização do SUS a partir das redes de atenção. Essa problemática das drogas ultrapassa as barreiras da Saúde. Então, temos de ter uma rede de proteção na Saúde e também no âmbito social”, destacou a diretora do Daras, Eneida da Silva Bernardo.
Para debater o tema foram convidados representantes do Ministério da Saúde, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, do Ministério Público, além de integrantes da sociedade civil, conselhos municipais e de classe (CRM, Coren e CRP), Pastorais da Criança e da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e profissionais da rede municipal. “Guarulhos está de parabéns por estar inserido na Rede Cegonha desde 2012 e pela realização deste Fórum, que é o terceiro realizado no Estado de São Paulo”, elogiou a representante da Secretaria Estadual de Saúde, Marisa Ferreira da Silva.
A abertura oficial do Fórum foi realizada pelo secretário de Saúde, Carlos Derman, e sua adjunta, Teresa Pinho, ao lado dos representantes do Ministério da Saúde Tatiana Raquel Selbmann e Érico Vasconcelos, que também enalteceram a iniciativa do município. “Uma das frentes para a redução da mortalidade infantil é lidar com as populações vulneráveis, o que vocês estão fazendo muito bem com a realização deste Fórum”, disse Tatiana Selbmann. Já Érico Vasconcelos considerou a proposta incrível.
Programação
Os trabalhos do dia começaram com uma breve exposição da médica pediatra Telma de Moura Reis, gestora das Redes de Atenção à Saúde e coordenadora da Rede Cegonha, que classificou o uso de drogas como o mal do século. “A realização desse Fórum não é fruto do meu trabalho, mas do nosso, cujo objetivo maior é a redução da mortalidade infantil e do bem-estar da população”, disse.
Além de profissionais de Saúde do município e integrantes de vários segmentos da sociedade civil organizada de Guarulhos, o evento contou também com representantes de cidades da Região do Alto Tietê, o que para o secretário de Saúde demonstra o empenho em fortalecer as redes de atenção. “Acreditamos que esse é o caminho para garantir a efetividade dos princípios do SUS”, disse.
Na sequência, teve início a mesa de debates, com Paula Rosana Cavalcante, defensora pública do Estado; Telma de Moura Reis; Eneida da Silva Bernardo; Helena Saroni, coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial; e demais convidados. Na parte da tarde, as atividades prosseguiram com a realização de uma oficina, que teve por objetivo desenhar um plano de ações intersetoriais, para a construção de uma rede de proteção. O resultado será a formalização de uma carta de intenções para 2015, com a corresponsabilização de cada setor envolvido.
“Apesar dos avanços indiscutíveis que tivemos no Brasil, ainda temos de avançar muito no que diz respeito à redução da mortalidade infantil, que está diretamente relacionada à qualidade de vida, aos determinantes sociais e culturais da população”, finalizou o secretário de Saúde.