Após reunião entre gestores e o corpo clínico, no final da tarde desta quarta-feira, 14, ficou decidido que a greve com duração de pouco mais de 20 dias dos médicos está encerrada. Na manhã desta quinta-feira, 15, o atendimento voltou ao normal. No entanto, os médicos propuseram à atual administração que pudessem gerir a entidade em conjunto para evitar novos transtornos.
A paralisação no atendimento se deu por conta dos constantes atrasos salariais dos profissionais que prestam serviço para o hospital. Para sanar o problema e atenuar a grave crise financeira que atravessa o Stella Maris, a direção optou por solicitar empréstimo financeiro em outubro do último ano à Unicred no valor de R$ 1,5 milhão. Entretanto, o mesmo problema voltou a figurar meses depois.
Diante deste cenário, o corpo clínico encabeçado pelo médico Ernesto Carvalho decidiu entrar em greve no dia 20 de dezembro em função do atraso salarial que já durava pouco mais de dois meses. Neste período, o estabelecimento apenas realizou atendimentos em caráter de urgência e emergência. E novamente um outro milionário empréstimo surgiu como solução.
Dessa vez coube à Caixa Econômica Federal viabilizar a quantia de R$ 2,5 milhões, que devem estar disponíveis até o próximo dia 26 deste mês para quitar os salários em débito. No final do último mês, os parlamentares da Câmara Municipal aprovaram o envio de R$ 4,8 milhões, além de aproximadamente R$ 10 milhões do Governo do Estado.
"Nós pedimos a diretoria que pudéssemos participar das ações para que não possa mais acontecer isso. Pra nós empréstimo não é solução, é problema. Com isso, acaba aumentando a divida e não é isso que a gente quer. Mas a gente voltando agora, vai sentar com a diretoria e traçar alguma meta pra resolver o problema. Não pode ficar sem esse hospital", disse o diretor clínico, Ernesto Carvalho.
Carvalho também revelou que a direção da entidade filantrópica propôs aos médicos que retornassem apenas quando seus respectivos vencimentos estivessem regularizados, porém, afirmou que em comum acordo com os outros profissionais decidiram encerrar a greve e retomar suas atividades regulares.
"Fizemos um acordo com a diretoria e ficaram de acertar conosco nos próximos dez dias. Fizeram a proposta para retornar quando depositarem (o dinheiro), mas em conversa com o corpo médico definimos a nossa volta pra hoje. Vamos dar mais um voto de confiança à eles", encerrou.