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Por maior independência, Saae espera reduzir volume de água adquirida da Sabesp

Diante da crise hídrica que atravessa o Estado de São Paulo, o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), autarquia responsável pelo tratamento de água e esgoto na cidade de Guarulhos, pretende ampliar os seus atuais 13% de produção própria do insumo natural para reduzir a dependência no abastecimento da Sabesp. No entanto, a empresa não revelou em quanto tempo poderá colocá-las em prática.
 
Por estar localizada em uma região de rios com pouca água, o município é obrigado a comprar água por atacado. Diante desta necessidade, a cidade, que possui capacidade para atender apenas 13% do consumo da população, adquire outros 87% da Sabesp. O fornecimento é dividido entre as represas do Alto Tietê, que registrou na última segunda-feira, 19, 10,4% de sua capacidade, e Cantareira, que conta apenas com 5,8%.
 
O Saae afirma que está executando ações com o objetivo de ampliar a oferta de água tratada no município, bem como reduzir sua dependência do fornecimento da Sabesp, por meio de ampliação dos sistemas produtores próprios, dotados de captação fora dos limites municipais, redução das perdas, estímulo ao uso racional e aumento da flexibilidade de transferência de água entre os setores de abastecimento. 
 
Estas ações são norteadas pelas diretrizes estabelecidas no Plano de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Município de Guarulhos. Para aumentar a produção própria, seria necessário captar água em rios fora do limite municipal, para o que o Saae está solicitando autorização ao DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica).
O sistema distribuidor, composto por reservatórios, redes principais e secundárias, estações de bombeamento e demais dispositivos, está plenamente estruturado, tendo sido significativamente ampliado nos últimos anos. O rodízio, portanto, deve-se exclusivamente à pouca disponibilidade de água.
 
A empresa responsável pelo abastecimento de água na cidade ressaltou que desde 14 de março do ano passado, quando a Sabesp reduziu a oferta de água ao município advinda do Sistema Cantareira. O Saae vem fazendo a distribuição de água por meio de rodízio, na proporção de 1 dia com água e 1 dia sem água, ou seja, metade da cidade tem água num dia e a outra metade no outro. 
 
O rodízio evita que regiões menos favorecidas hidraulicamente (por exemplo, mais altas ou mais distantes dos reservatórios) só recebam água após as regiões mais favorecidas serem atendidas plenamente. Ou seja, o rodízio evita que sempre as mesmas pessoas fiquem sem água. 
 
Como o sistema é interligado e dinâmico, funcionando de acordo com o consumo, toda população da cidade é atingida pelo rodízio, já que o Saae adota por prática distribuir de forma justa a água disponível para todo município, não havendo regiões privilegiadas em detrimento de outras.