Cidades

Jovens buscam se tornar empreendedores por independência financeira

Os jovens estão cada dia mais buscando sua independência mais cedo. Um dos principais objetivos das pessoas entre 18 e 25 anos é se tornar seu próprio patrão. Segundo pesquisa divulgada pelo Ibope e USP em 2014, cerca de 71% dos jovens espera se tornar um empreendedor.
 
A professora Brigitte Bedin, coordenadora geral de Pós-Graduação Latu Sensu da UnG e especialista em Recursos Humanos, explicou que entre os jovens existem dois tipos de empreendedores. Há os de necessidade, que são aqueles sem poder aquisitivo, com baixa renda e sem escolaridade. “Este jovem se encontra informalidade, por encontrar dificuldade para ingressar no mercado de trabalho”, explicou. 
 
Ainda segundo Brigitte, há também os empreendedores de oportunidade. Nesta classe se enquadram estudantes de faculdades que, durante o curso ou após a conclusão. investem em seu próprio negócio. “Eeste jovem tem mais chance de conseguir alavancar e construir uma boa empresa”.
 
Brigitte conta que os empreendedores de necessidade e de oportunidade representam 28% dos empreendedores em geral do país. Os serviços apresentados por eles giram em torno de serviços em geral, escritórios de contabilidade, advocacia, prestação de serviços técnicos e assessorias.
 
Mas a professora alerta: “Há uma grande chance dessa empresa não dar certo, porque ser empreendedor significa, ser regrado, ter planejamento e ter todo o suporte para poder fazer com que esta empresa gere capital e tenha um futuro”.
Na UnG, a maioria dos calouros de 2015 entrevistados alegou que o ingresso na universidade estaria ligado ao principal motivo de obter conhecimentos técnicos necessários para abrir o próprio negócio ou administrar a empresa familiar.
 
Capacitação
O Sebrae é um grande incentivador destes jovens. Lá é possível fazer cursos para entender as rotinas administrativas de uma empresa e até receber assessoria específica para o seguimento do seu negócio.
Além disso, outra iniciativa do Sebrae é o Programa Cultura Empreendedora, cujo objetivo é incentivar a cultura empreendedora nas instituições de ensino a partir do ensino fundamental. A proposta é capacitar os professores de instituições de Ensino Particular e e público com apoio da Secretaria de Educação.
 
Jovem empreendedora
Amanda Pinson, 23 anos, jornalista, fotógrafa, mora no bairro Gopoúva e é sócia em um site, o Mulher Real, que existe há 3 anos, com foco voltado para o público feminino. São notícias e conteúdos para todos os tipos de mulheres.
 
“No começo notamos que os sites voltados para mulheres só usam exemplos de mulheres magras. Nós não, usamos todos os exemplos. Queremos que todas se sintam bem lendo nosso site”, explicou.
Já sobre a fotografia, Amanda conta que trabalhava como freelancer em casamentos e passou a fazer ensaios sozinha há cerca de um ano. Neste segmento, a jovem empreendedora conta que foca em famílias, grávidas, recém-nascidos, aniversários e animais. “Busco capturar o espontâneo a todo o momento. Acredito que seja por isso que as pessoas me procuram”.
 
Amanda conta que trabalhou em algumas empresas e, apesar de gostar, não conseguiu implantar suas idéias e metodologias. “Sempre fui ambiciosa e sempre quis fazer mais do que era para eu fazer”. Seguindo os passos do pai, que há 30 anos é empreendedor, percebeu que poderia abrir seu próprio negócio.
 
Junto com a mãe Edna Pinson, que também é jornalista, Amanda começou a ter idéias e uma delas foi o site Mulher Real. Nesta época a jovem foi promovida no trabalho e ficou decepcionada com o valor que ganharia na nova função. “Não esperava ganhar como uma sênior, mas também não esperava continuar ganhando como uma estagiária. Um estagiário de engenharia ganhava quase o dobro do salário que eu iria receber. Foi aí que me dei conta de que poderia fazer meu próprio dinheiro e nós duas juntas fundamos a Mulher Real”, contou.
 
“Ser empresária é muito difícil. É ter que se superar a cada dia, pois só depende de você, literalmente. Se eu não trabalho, eu não ganho. Não tenho benefícios, férias de 1 mês, 13º salário (e isso pesa demais). E quase todos os dias trabalho mais de 12 horas”, contou Amanda.
 
A jovem espera que seu site se torne uma referência nacional para as mulheres. “Quero que as mulheres se encontrem em nosso site, que elas interajam e que encontrem todas as informações que precisam”, explicou. Para o segmento da fotografia, ela quer a agenda lotada de ensaios. “Amo fotografar e obviamente amo receber elogios pelo meu trabalho” explicou.
 

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