Nascido e criado em Guarulhos, Vanderlei Silva é reconhecido quando o assunto é cartões e meios de pagamento. Fundador da Foco Group – desenvolvedora de sistemas e soluções inovadoras em meios de pagamento, como a Bandeira Mais Aceito – e acionista de outras companhias, o empresário conseguiu transformar duas paixões de infância, as finanças e a tecnologia, em sucesso pessoal e profissional no Brasil e no exterior. Em janeiro, concretizou parceria com um dos maiores nomes do segmento. O negócio atingiu a casa dos R$ 60 milhões.
De origem humilde, Silva orgulha-se por fazer parte da oitava cidade mais rica e 12ª mais populosa do país. Empreendedor desde muito jovem, começou montando uma empresa de tecnologia, na qual vendia computadores que ele mesmo configurava para empresas de pequeno e até grande porte, numa época em que ninguém sabia exatamente o que era um computador. O fato despertou sua paixão pela tecnologia. No final dos anos 90, teve seu primeiro contato com o segmento de meios de pagamento e gestão, que unia a tecnologia à sua outra habilidade, o segmento financeiro.
Enquanto a maioria das pessoas veria a oportunidade apenas como uma porta de entrada para o mercado de trabalho, o jovem estudante enxergou-a como o primeiro passo de uma trajetória promissora rumo a uma carreira bem-sucedida. “Eu queria viver de transações financeiras eletrônicas”, revelou. Para tomar tal decisão que guinaria sua vida, colocou em prática uma importante virtude: a capacidade de se antecipar ao mercado. Na época, a internet e os pagamentos eletrônicos eram tecnologias ainda muito recentes e de futuro incerto.
Coragem e a confiança
Dedicado e feliz em sua área de atuação, apostou na especialização como vantagem competitiva para se diferenciar e destacar no mercado. Diante da falta de um curso específico voltado à área, mergulhou fundo nos livros e estreitou o relacionamento com grandes conhecedores do segmento. Em 2001, suas previsões sobre as tecnologias já haviam se concretizado e tanto a internet quanto os meios de pagamento eletrônicos eram realidades inquestionáveis. Seu desenvolvimento profissional era tamanho que o dava a certeza de que nunca mais enfrentaria problemas salariais e de empregabilidade. “Meu papel era entender a demanda, a necessidade do mercado e pensar o que a tecnologia poderia oferecer para supri-la. Deveria focar totalmente nas soluções tecnológicas de meio de pagamento e controle.”
No início de 2004, ele foi convidado para trabalhar em outra grande empresa do segmento, também em São Paulo: “Era uma ótima oportunidade de expandir o conhecimento em uma companhia de grande porte”. Em 2005, fundou a Foco Group. Durante quatro anos, atuou em jornada tripla, desdobrando-se entre o trabalho para uma empresa de cartões de grande porte, sua empresa e atividades de consultoria nacional e internacional. A meta traçada para o estratégico período de rotina intensa era conhecer os diferentes focos do segmento.
Prestou consultoria para empresas de diversos países, como Estados Unidos, Canadá, Rússia, Espanha, Portugal, França, Inglaterra e China. O know-how adquirido o tornou um profissional completo e um dos poucos no Brasil e no mundo a dominar cada fase do processo, desde a matéria-prima até o próprio cartão físico, passando pelo chip, tráfego de informações e todas as outras etapas complementares.
O sucesso
Após tornar-se referência, era chegada a hora de alçar voos mais altos e, efetivamente, ganhar dinheiro. “Eu desenvolvia projetos que rendiam cifras na casa dos bilhões, mas para os outros. Estava no negócio certo, mas fazendo a coisa errada”, concluiu. O plano era audacioso, qualidade comum aos grandes empresários e empreendedores: desenvolver a Foco Group, transformando-a em uma multinacional em cinco anos. Hoje, com os objetivos traçados plenamente atingidos, Silva se preocupa, além de manter os resultados nacionais e expandir operações internacionais, em garantir a qualidade do estudo dos dois filhos e ajudar a realizar também os sonhos de quem está ao seu redor, como sócios, parceiros e fornecedores.
Para conquistar resultados tão expressivos em tão pouco tempo, não basta ter apenas veia empreendedora, é preciso também muito talento com a difícil tarefa de gerir as mais de 120 pessoas que compõem a equipe da Foco Group. “Eu não tenho funcionários. Tenho colegas, amigos e parceiros juntos a mim, focados num objetivo”, declarou Silva.
Nesta linha, ele sempre dá uma importante dica sobre o conceito das “caixinhas”, que fez a diferença quando iniciou sua carreira. Ele defende a ideia de que cada colaborador é contratado para realizar uma função específica. Porém, limitar-se à realização exclusiva dessa função, ou ficar dentro da “caixinha”, é uma escolha que compete ao próprio colaborador. Ou seja, ele deve estar preparado para aproveitar a chance e conhecer, de maneira aprofundada, a empresa (outra “caixinha”, só que maior) – sua atuação, produtos, departamentos, principais fontes de receita – e todo o segmento (a principal “caixinha”), acompanhando notícias do setor, pensando em soluções, buscando por possibilidades e estando sempre atento.
Futuro
A meta para os próximos anos é seguir apostando nos três pilares da Foco Group – controle, gestão e transparência – para projetá-la internacionalmente, gerando novos empregos e trazendo mais investimentos ao Brasil. Segundo Silva, o setor ainda tem muito a crescer e a companhia está preparada: “Ainda faltam muitas ferramentas focadas na gestão dos meios eletrônicos de pagamento, mas já temos a tecnologia para quando tornarem-se realidade, como no caso da utilização do celular como cartão de crédito, por exemplo”, discorreu. “Quanto ao projeto Mais Aceito, só tenho a comemorar. Mudamos o conceito, que agora nos faz não termos concorrentes”, concluiu.