Nunca antes na história desta cidade houve tantas placas de Aluga-se em estabelecimentos comerciais da região central. Basta dar uma volta pelas principais ruas para perceber uma avalanche de anúncios das mais diferentes imobiliárias. O GuarulhosWeb, numa rápida volta, contou nada menos do que 38 portas fechadas, com os imóveis para locação.
Há situações em que há mais estabelecimentos fechados do que abertos, como no início da avenida Esperança, um ponto comercial antes considerado promissor por contar com uma grande parada de ônibus bem em frente, onde – teoricamente – circulam milhares de pessoas todos os dias.
Sem uma ação efetiva para garantir a permanência dos comerciantes da região, a Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos (ACE) aponta a crise econômica do país como o principal fator para o problema. Segundo Jorge Taiar, presidente da entidade, o movimento do comércio caiu em relação ao ano passado, o que tem atrapalhado e comprometido o faturamento dos comerciantes.
Taiar também culpa os reajustes dos alugueis. “O comerciante acaba não tendo condições de arcar com essas despesas. Com isso ele se muda para locais onde o custo é mais acessível ou encerra as atividades”, explica. Muitos teriam trocado o Centro por ruas mais movimentadas de bairros como Vila Galvão e Pimentas, que recebem grande número de pessoas.
O presidente da ACE cita que o Centro mais antigo, como o Calçadão da rua Dom Pedro, ainda é mais procurado e valorizado. “A valorização se dá pela grande concentração de pessoas. Se as empresas localizadas lá não tiverem um alto valor agregado em seus produtos, eles acabam não tendo uma margem econômica para se manter. Mas isso ainda não ocorreu”, explicou. A poucos metros dali a situação é diferente. Na rua Capitão Gabriel, sobram estabelecimentos para alugar.
Já o delegado Regional do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Donizete de Araújo Branco, explicou que o aumento nos valores dos alugéus na região central foi em consequência à abertura de muitos condomínios residenciais em Guarulhos nos últimos anos. “Houve muita especulação em termos da quantidade de pessoas morando e circulando naquela região e os donos de estabelecimentos comerciais começara, a aumentar o valor da locação”, disse.
Porém, Donizete acredita que a crise faça que os valores voltem a cair muito em breve. “Nós vivemos um período ruim para o mercado e estamos com muita oferta, a tendência do mercado são os valores cair na compra ou na locação”, encerrou.
