Em menos de cinco meses, Guarulhos já ultrapassou a marca de 6 mil pacientes infectados pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Este número já é 15% maior que os 5.239 casos registrados em todo o ano de 2014. A cidade passa por uma epidemia.
Muitas campanhas com pequenos gestos de prevenção são feitas para que a população se conscientize e diminua os focos do mosquito. Apesar de todo o esforço, o GuarulhosWeb tem flagrado diversos locais pela cidade que apresentam descarte irregular de lixo e acumulo de água.
Desde o dia 30 de abril, o morador de Cumbica, Geraldo Claudino da Silva, de 60 anos, laminador, convive com os sintomas da dengue. Assim como Geraldo, seu filho também apresentou os sintomas e aguarda o resultado da sorologia.
Geraldo explica que foi viajar para o interior de São Paulo já se sentindo mal, quando chegou no destino, procurou um hospital e foi diagnosticado com a doença. Na volta para Guarulhos, o laminador, que está de férias, preferiu não procurar uma UBS para continuar o tratamento. “A espera é muito grande, a recomendação é dipirona e muito líquido, prefiro fazer isso na minha casa para não me expor a mais doenças”, disse.
Uma funcionária da Proguaru que trabalhava na região e não quis se identificar contou que próximo à casa de Geraldo existem muitos terrenos com acúmulo de lixo. “É uma vergonha, todos os dias eu vejo pessoas jogando lixo nos terrenos, não adianta limpar, tem que educar”, indignou-se.
Próximo ao Shopping Bonsucesso, na região dos Pimentas, a história se repete. Muitos moradores têm histórias para contar sobre amigos, parentes e vizinhos que tiveram a doença. O GuarulhosWeb foi orientado por moradores a procurar um condomínio de casas na rua Rio do Pardo, onde pessoas estariam com sintomas.
A entrada da equipe não foi autorizada. O porteiro Eduardo Teixeira, de 33 anos, informou que um colega da portaria está há uma semana sem trabalhar com sintomas da doença. Além disso, ele contou que o condomínio é cercado por dois terrenos abandonados e as reclamações de moradores que contraíram a doença são muitas.
Alex Joaquim da Silva, de 20 anos, líder de produção, mora na mesma rua onde se localiza o condomínio. “Este terreno aqui em frente está sujo, com mato alto e água parada. Quando trago meu cachorro para passear costumo ver ratos passando por aqui”, explicou.
Bonsucesso faz parte da região 3 (São João/ Bonsucesso), considerada pela Secretaria de Saúde de Guarulhos, uma região com epidemia da doença, registrando 2.954 casos no último balanço divulgado nesta quinta-feira, 14 de maio.
