Nesta quarta-feira (17) a Base Comunitária de Segurança Vila Galvão, situada na Praça Nossa Senhora Aparecida, no Jardim Vila Galvão, recebeu uma visita técnica de Oficiais da Polícia Japonesa para acompanhamento do projeto de policiamento comunitário.
O perito de longo prazo Koishi Maruyama esteve na visita e explicou para a imprensa toda a metodologia do projeto. Ele ficará no Brasil por um ano.
A parceria entre Brasil e Japão começou em 1997, quando a Polícia Militar de São Paulo começou a procurar exemplos de sucesso em policimento comunitário pelo mundo. Entre os países pesquisados estavam Estados Unidos, Canadá e Europa.
A metodologia dotada pelo Japão foi à escolhida como mais adequada para a cidade de São Paulo que receberia o projeto. O estado de São Paulo foi pioneiro no processo e serve de exemplo para os outros estados.
Desde 2000 a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), através de peritos de curto e longo prazo que visitam o país para auxiliar na orientação e implantação de alguns métodos. Após um longo período de adaptações e conclusões de fases a parceria seria encerrada em 2011, quando o governo brasileiro decidiu pela continuidade do projeto.
O tenente coronel Vanderlei Ramos explicou que o processo de integração entre polícia e comunidade, que envolve mudanças de hábitos e culturais, acontecerá aos poucos. “O ideal seria que o policial aqui da base conhecesse todo o entorno, não estamos em um nível de perfeição com relação a isto, não sei se isso será possível um dia, mas creio que o objetivo e o grande desejo da JICA e da Policia é esse, que se crie esta cultura. Assim o policial se sentirá mais valorizado e mais útil”, explicou.
Polícias da base localizada no Jardim Vila Galvão contam que o projeto tem mudado a visão da comunidade com relação a polícia. Além disso, projetos sociais acontecem dentro da base para aumentar a interação.
No Japão o policiamento comunitário existe desde 1879. Os moradores ao entorno das bases são cadastrados e permanecem em constante contato com os polícias. No Jardim Vila Galvão os polícias estudam uma forma para que este processo seja realizado.
Intercâmbio
No início deste ano, o capitão da PM, Douglas Shoichi Sano, junto com mais 10 políciais de diversos estados, teve a oportunidade de visitar o Japão e conhecer um pouco da cultura do país, além da abordagem da Polícia Comunitária. O intercambio durou 14 dias.
“A população tem uma preocupação coletiva, existem pessoas que trabalham como voluntários e auxiliam na travessia das crianças para a escola. O policial comparece na entrada das crianças, mas no caminho você tem voluntários que auxiliam a atravessar a rua e na chegada e saída das crianças” explicou.
Além disso, há casa que são utilizadas como bases, onde a criança pode pedir ajuda caso necessário.
Boxe
O Projeto Boxe na Praça começou em 2010 e já acolheu 240 crianças das comunidades em torno da Base localizada na Praça Nossa Senhora Aparecida, no Jardim Vila Galvão. O projeto comandando pelo cabo Carmo é mantido através de doações e tem o papel de acolher a comunidade.
Entre as crianças assistidas está Caique Julião Reis, de 17anos, promessa do boxe de Guarulhos. Caique treina desde os 14 anos e auxilia nas aulas.