Cidades

VIOLÊNCIA SEXUAL – Virei prisioneira da minha própria casa

A publicitária Karla Fernandes, de 23 anos, trabalha no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Ela conta que não mudou seus hábitos após a notícia do crime do último sábado. “Apesar de ficar mais atenta quando estou na rua, isso já é rotina, esse estupro foi apenas divulgado, mas nós sabemos que existem muitos crimes contra mulheres e devemos tomar cuidado, principalmente quem anda sozinha”, explicou.
 
Karla ainda contou que escuta muitas histórias de colegas que passaram por situações de assédio. “Estupro existe, mas acho que falta mais uma campanha, pois quase sempre que alguém é vítima de violência sexual e vai procurar seus direitos, muitas vezes, ainda tem que passar por constrangimento pelas autoridades”.
 
A vendedora autônoma Joyce Lima Rocha, de 23 anos, faz entregas noturnas para clientes na região do Taboão. Ela conta que desde que os casos de estupro se tornaram públicos está apreensiva. “Estou com medo de fazer minhas entregas, medo de fazer minhas caminhadas noturnas, uma simples ida à padaria às 6h já me causa pânico”, disse.
 
Joyce tem tomado algumas atitudes para se prevenir. “Só saio de casa acompanhada de um homem. Ou é o marido, o sogro, o irmão, o vizinho. Virei prisioneira da minha própria casa e o que é pior: dependo sempre de alguém pra tudo, minha liberdade de ir e vir sem dar satisfação acabou”.