Moradores da comunidade São Rafael, localizada no bairro de mesmo nome, esperam pela reintegração de posse a qualquer momento. Segundo a Ame São Rafael – Associação de Moradores –, o prazo para a desocupação amigável já se esgotou e a entrada da Polícia Militar para cumprir a sentença pode acontecer a qualquer momento.
Os moradores da comunidade pedem que a Prefeitura ceda um terreno para que casas de madeira sejam construídas de forma ordenada pelo projeto TETO, até que eles sejam atendidos por projetos sociais já cadastrados com CDHU.
No dia 8 de setembro, os moradores fizeram uma manifestação em frente a Prefeitura de Guarulhos pedindo que o prefeito Sebastião Almeida (PT) recebesse uma comissão e ouvisse as propostas. Na data apenas representantes receberam a comissão e garantiram uma resposta.
Até esta quarta-feira (23), segundo Gilson Santos, presidente da Ame, nenhuma resposta foi encaminhada aos moradores que aguardam a chegada da força policial, já que o prazo para a desocupação voluntária se encerrou no dia 28 de agosto.
Segundo a Ame, a área de propriedade da empresa Bandeirante Energia abriga 400 famílias. Algumas já deixaram a local, porém muitas não tem locais onde possam se abrigar até serem contempladas por algum projeto. Entre elas, deficientes físicos e idosos.
Nota encaminhada ao GuarulhosWeb:
Em nota, a Prefeitura de Guarulhos informa que "está se empenhando para apoiar a população que ocupa irregularmente área particular pertencente à Bandeirantes Energia, na Comunidade São Rafael. O principal motivo para a desocupação é o risco de morte, porque os barracos foram construídos debaixo da rede de alta tensão, onde não é possível fazer intervenções de saneamento e benfeitorias.
Desde que os moradores receberam a intimação para desocupar o local – 1ª semana de setembro, equipes da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social (SAS) foram à comunidade para distribuir senhas de atendimento no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Itapegica, com a finalidade de inserir as famílias no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), e em programas como Bolsa Família, Renda Cidadã, Segurança Alimentar, etc.
No dia 02/09 foi realizada reunião de acolhimento no Cras para oferecer ajuda à população e atender famílias que não conseguiram se realocar em casas de parentes. Essas famílias foram convocadas para outras duas reuniões dias 8 e 15 de setembro, mas ninguém compareceu. Segundo os próprios moradores elas já haviam saído do local por diversos motivos: algumas tinham apartamentos de programas habitacionais alugados e outras eram beneficiárias de aluguel social da capital.
Segundo a associação de moradores, na área vivem 400 famílias; já a comunidade afirma que, ao todo, são 80. Entretanto, as equipes de assistentes sociais da SAS visitaram e cadastraram todos os moradores e constataram que em setembro, apenas 22 famílias vivem no local.
Com relação ao cadastro para recebimento de moradias, a Secretaria de Habitação informa que o município conta com o Programa Federal Minha Casa, Minha Vida e as pessoas que se inscreveram devem aguardar o sorteio de novas unidades habitacionais, da mesma forma que os demais inscritos no programa, conforme previsto em lei."
