Depois de um desencontro de informações, em que a Secretaria Municipal de Saúde divulgou números diferentes sobre casos de microcefalia em bebês associados ao zika vírus, a Pasta – que ainda garante que não tem qualquer caso confirmado – admite sete suspeitas em Guarulhos. O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
A microcefalia é uma má formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada, anomalia que pode ser causada por diversos fatores, entre eles pela infecção por Zika vírus. Nesses casos, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.
A pasta afirma que depois da declaração do Ministério da Saúde sobre a “Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional” que reformulou o padrão epidemiológico de ocorrências de microcefalias, decorrente do aumento de casos, a Secretaria de Saúde emitiu um alerta no dia 26 de novembro para todas as maternidades da cidade, tornando obrigatória a notificação de todos os casos de microcefalia ao Departamento de Vigilância em Saúde do município, o que não acontecia anteriormente.
Após a emissão de alerta pela Secretaria de Saúde, a Vigilância Epidemiológica Municipal recebeu a notificação de seis casos novos de microcefalia até o dia 2 de dezembro, sendo cinco provenientes do Hospital Geral de Guarulhos, cujos nascimentos ocorreram entre os dias 27 e 28 últimos; e um da maternidade Jesus José e Maria, de bebê que nasceu no dia 9 do de novembro, além de um caso anterior que já constava do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde- Sinasc.
Em 2010 foram diagnosticados três casos de microcefalia em Guarulhos; zero em 2011; zero em 2012; um em 2013; e um em 2014. Vale destacar que dos 739 casos suspeitos notificados de microcefalia identificados em todo o País até o dia 21 do mês passado, o Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz (RJ) constatou a presença do genoma do vírus Zika em amostras de duas gestantes da Paraíba, cujos fetos foram confirmados com microcefalia através de exames de ultrassonografia.
Grávidas e o testes para zika Vírus
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo deve oferecer, por meio do Instituto Adolfo Lutz, testes confirmatórios para zika vírus na rede de saúde.
O exame de sorologia pelo método Elisa, que permite detectar anticorpos no sangue mesmo após a fase aguda da infecção, estará disponível para investigação de todos os casos suspeitos.
Essa estratégia de confirmação laboratorial já é adotada por São Paulo para suspeitas de dengue.
Os kits para a realização dos testes de sorologia deverão chegar ainda neste mês e serão usados a partir do próximo ano.
Além disso, o exame será implantado para o pré-natal de gestantes no SUS (Sistema Único de Saúde), mediante adesão dos municípios e por meio da criação de um protocolo estadual.
Se o teste der positivo para zika, serão oferecidos exames morfológicos e acompanhamento, além de amparo emocional após o nascimento dos bebês, caso haja alguma má-formação.
A sorologia para identificação do zika também deverá ser aplicada em bancos de sangue e centros de transplantes de órgãos em todo o Estado, a partir de 2016.
Os cuidados com a gravidez
Segundo a ginecologista e obstetra Dra. Erica Mantelli, pós–graduada em Sexologia pela Universidade de São Paulo (USP), a microcefalia é uma condição neurológica caracterizada quando a cabeça do bebê é menor do que o esperado para a sua idade e sexo. “A microcefalia é diagnosticada no início da vida, o cérebro não cresce o suficiente na gestação ou após o nascimento”, explica.
Alguns cuidados podem ser tomados para se proteger do Zika Vírus:
Cuide da sua casa
Fique atenta ao excesso de água nos vasos com plantas, em garrafas, copos e pneus no quintal. “É importante a gestante pedir ajuda para fiscalizar se existe água acumulada na sua casa em objetivos, reservatórios de água de geladeira. O ideal é não deixar nenhum objeto com água parada para não atrair o mosquito Aedes aegypti”, sugere a médica.
Aposte nas roupas de manga longa e calças
Apesar das temperaturas quentes, uma forma da gestante se proteger das picadas é tirar do guarda-roupa as blusas de manga longas de tecido leves e usar calças confortáveis.
Repelentes
Os repelentes são um aliado da mulheres. O ideal é que a gestante se consulte com o seu ginecologista para a indicação do repelente. Aplique três vezes ao dia durante o corpo, não se esqueça das pernas e braços.
Proteção nas janelas
Vale a pena colocar uma proteção na janela contra mosquitos no quarto do bebê e em toda a casa, principalmente se o local que você mora tem muitas árvores. Essa proteção amenizará a entrada de mosquitos.
Propaganda boca-a-boca
Incentive o seus vizinhos a cuidarem de suas casas, verificar se tem água parada para que não ocorra a transmissão do mosquito no seu bairro.