Insatisfeito com a segunda paralisação em pouco mais de um mês das operações da Viação Campo dos Ouros, o prefeito Sebastião Almeida (PT) não descartou a possibilidade de substituir a empresa que atua no sistema de transporte público de Guarulhos. A interrupção nas atividades de motoristas e cobradores, iniciada na manhã desta segunda-feira, foi motivada pelo atraso no pagamento do vale-refeição dos trabalhadores. Em novembro, a paralisação durou um dia em virtudo do não pagamento dos salários até o dia 10 daquele mês.
“Toda empresa de transporte que presta serviço para a municipalidade é uma concessão de serviços. Concessão de serviços tem deveres e obrigações. Se isso não for respeitado, alguma medida pode ser tomada. Eu não descarto nenhuma possibilidade”, disse o prefeito Sebastião Almeida durante a inauguração da unidade do Fácil Empresarial, nesta segunda-feira, 14, no bairro de Vila Rio.
Uma das reivindicações das empresas que atuam tanto no sistema alternativo de transporte, por meio dos micro-ônibus, quanto no sistema municipal, operado por ônibus, é o atraso no repasse do subsídio referente a aceitação do Bilhete Único. O chefe do Poder Executivo afirmou que os valores em atraso foram negociados e estão sendo quitados conforme negociação com os empresários.
“Primeiro que a Campo dos Ouros não é a única empresa que trabalha na cidade. A pergunta é: se as outras (Guarulhos e Vila Galvão) estão trabalhando por que ela parou? Aí é mais uma questão de gestão da empresa do que qualquer outra coisa. A prefeitura vem dialogando e pactuando com as empresas as condições do repasse do subsídio”, explicou Almeida.
A paralisação na operação da Viação Campo dos Ouros nesta segunda-feira, 14, que não tem previsão para terminar, não foi à única neste ano. Em meados do último mês, a empresa sediada no bairro Bela Vista, prejudicou o translado de aproximadamente 200 mil passageiros que usam dez linhas disponibilizadas por ela. Almeida prometeu empenho para evitar novas interrupções no sistema.
“Tudo que foi feito até agora foi de comum acordo com a empresa. Se a empresa está deixando de fazer alguma coisa com os seus funcionários, aí é um assunto pertinente a empresa e não ao Poder Público. Agora, nós vamos ficar em cima, até porque esse tipo de coisa não pode ocorrer. Cada vez que a empresa atrasa um compromisso com os funcionários, quem acaba pagando é a população”, concluiu.