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Unidades Básicas de Saúde de Guarulhos recebem medicamentos fitoterápicos

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) e também alguns centros de especialidades médicas da rede municipal começam receber a partir desta sexta-feira (24) medicamentos fitoterápicos – remédios obtidos a partir de plantas medicinais. A Isoflavona de soja – Glycine Max (para problemas relacionados à menopausa) será o primeiro fármaco a ser introduzido pelo SUS Guarulhos, além doGuaco – Mikania glomerata (para doenças respiratórias), que deverá chegar na sequência.
 
Médicos, farmacêuticos e enfermeiros da rede municipal começaram a ser capacitados para a utilização racional desses medicamentos. O primeiro encontro aconteceu no último dia 16 e, na manhã desta quinta-feira (23), mais 44 profissionais participaram do treinamento, que é realizado no auditório da Secretaria de Saúde. No próximo dia 30, haverá a formação de uma nova turma no período da tarde, das 13h30 às 17 horas.
 
As plantas medicinais e a fitoterapia foram contempladas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS, através da Portaria Ministerial nº 971/06. O objetivo é incorporar e implementar essas terapias, na perspectiva da prevenção de agravos e da promoção e recuperação da saúde. Segundo o documento, elas também visam a estimular alternativas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sustentável das comunidades.
 
Para a coordenadora das Práticas Integrativas e Complementares da Secretaria de Saúde, Carla Aparecida Gabaldo Vasco, a introdução desses fitoterápicos na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais representa um grande avanço, com a implantação de mais esse eixo da política, além da homeopatia, da medicina tradicional chinesa e acupuntura, iniciativas que já são desenvolvidas na cidade.
 
Segundo ela, mais novidades estão previstas para o segundo semestre deste ano, com a capacitação de profissionais nas práticas corporais Tai Chi Chuan, Lian Gong e Qi Gong, da medicina tradicional chinesa; a ampliação do uso de plantas medicinas nas UBSs; além da implantação de hortas e canteiros de plantas medicinais, para utilização a partir de discussão em rodas de conversa com os usuários nas unidades de Saúde, e distribuição de cartilha sobre esses temas.
 
Também está prevista a realização de oficinas de compostagem (transformação do lixo orgânico em adubo), nas quais os profissionais de saúde vão aprender a confeccionar composteiras domésticas, cujo húmus será usado nas hortas e canteiros.
 
Saúde Verde
 
Em Guarulhos, o estudo, a identificação e a utilização racional das plantas medicinais e fitoterápicos tiveram início em 2012, quando começou a ser desenhado na cidade o Projeto Saúde Verde. Coordenado por Milton Peres Duran, da Região de Saúde Cantareira, o projeto, que tem como responsável técnica a médica Teresa de Jesus Onofre dos Santos, realizou o mapeamento das cinco principais doenças atendidas em cada uma das 18 UBSs dessa região.
 
Para cada uma dessas doenças foram associadas plantas medicinais indicadas para seu tratamento, bem como construídos vasos com as respectivas mudas e banners com informações sobre o nome científico de cada espécie e suas propriedades.
 
Então, cada UBS recebeu um vaso com as cinco plantas correlacionadas a suas principais doenças e um banner explicativo, que ficaram em exposição na recepção das unidades de saúde, funcionando como ferramenta de sensibilização para médicos, profissionais de saúde, membros do conselho gestor e usuários.