Na espera pela reunião marcada para esta quinta-feira (4), os professores da rede municipal de ensino, em greve há dez dias, se reuniram nesta quarta-feira (3) para deliberarem a comissão que participará do encontro e se concentrarem para o próximo ato que deve ter adesão em massa da categoria.
O GuarulhosWeb esteve na escola Professor Milton Ziller, no Jardim Santa Mena, onde uma funcionária informou que apenas três professores continuam comparecendo na unidade de ensino, porém as aulas não estariam ocorrendo. Durante a permanência da reportagem, duas mães procuraram por informações sobre as aulas. Uma delas foi orientada a continuar ligando para a escola diariamente para obter informações.
A dona de casa, Maira Araújo Berto, de 26 anos, mãe de um aluno do Estágio I, contou que as aulas estão suspensas desde a semana passada. Ela diss que os profissionais da unidade são excelentes. "É uma ótima escola com bons funcionários, se eles estão reclamando é porque tem alguma coisa errada e eu apoio. Se eu trabalhasse e o dinheiro não fosse depositado na conta eu faria o mesmo".
A comissão formada para representar a categoria durante a reunião será formada pelos mesmos professores que compareceram na reunião com o secretário da Administração e Modernização na ultima segunda-feira (1), além de um educador que estava na assembléia desta tarde, um coordenador e um diretor. Também estarão presentes representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal (Stap) de Guarulhos.
“Nós esperamos que o prefeito respeite a categoria e que ele venha com uma posposta digna para o professor, nós sabemos as dificuldades da prefeitura, mas nós não temos responsabilidade nenhuma sobre isso. Seria muito digno da parte dele amanhã dizer a data que vai efetuar o pagamento”, explicou Rogério de Oliveira, presidente em exercício do Stap.
Sobre a afirmação da prefeitura com relação a adesão apenas parcial a greve, ele disse que isso é fantasioso. "Mesmo uma escola que esteja funcionando parcialmente, se tiver uma criança fora da sala de aula nós entendemos que é um prejuízo irreparável”, concluiu.
A professora Paula Vieira Geraldeli, leciona no ensino infantil há 12 anos e acredita em um resultado positivo para a reunião desta quinta-feira.. “Sou otimista e acredito que ele resolva nossa vida, porque não é certo tanto descaso na condição do professor, tanto descaso com nossos educandos, é responsabilidade dele os alunos não terem aula durante todo esse tempo”.
Para o professor Fernando Ribeiro, de 24 anos, da Escola Municipal Bárbara Cristina, no Pimentas, a falta de diálogo prejudica não só a imagem da prefeitura, mas também a comunidade e principalmente os alunos. “Minha expectativa é de que venha um número significativo de professores e que nessa reunião eles deliberem algo favorável para a gente porque desse jeito está insustentável, sem previsão de retorno mesmo. É um problema não só para ele, mas para as crianças”.