O município de Guarulhos pode estar prestes a perder uma receita de R$ 900 milhões em função da falta de pagamento do A.R. (Aviso de Recebimento), serviço de notificação disponibilizado pelo Correios, é o que garante o presidente da Associação dos Procuradores Concursados do Município de Guarulhos (Apcmgru), Cristian Gonçalves. Ele também ressalta que a greve dos Procuradores é ocasionada pela falta de infraestrutura oferecida pela Prefeitura para realização de suas tarefas.
“A gente tem um passivo muito grande de execuções que a gente ajuizou e tem o recolhimento da taxa de citação postal e isso afeta muito, inclusive, a arrecadação do município por problemas no próprio sistema de acesso. Até o MP está nos ajudando por que há o risco de prescrição de créditos na conta de R$ 900 milhões que seriam revertidos para a sociedade se conseguisse recuperar isso em execuções”, revelou o mandatário da Associação dos Procuradores.
Segundo Gonçalves, existem na cidade de Guarulhos 75 procuradores. Destes 70% estão em greve e outros 30% cumprem expediente para cumprir uma regra institucional. No entanto, ele alega que os representantes daquela categoria profissional tentaram diversas vezes negociar as melhorias reivindicadas com a Administração Pública, mas todas sem sucesso.
“Vamos tentar uma composição junto ao TRT. Caso contrário vamos permanecer em greve até resolver. Estamos com problemas no sistema eletrônico, até por que todas as petições agora são eletrônicas, defasagem dos computadores, problemas de higiene, falta de água potável, aquecimento. Um ambiente extremamente precário. Temos muito pouco respaldo da Administração com todos os êxitos que temos proporcionados, além da perca da gratificação”, explicou o dirigente.
Em contrapartida, Cristian ressalta que as decisões e a organização desta greve, que começou nesta segunda-feira, 17, pertence ao Stap. “Esse não é um movimento da nossa categoria e sim do Stap. Todos optaram pela greve em função de uma série de problemas estruturais e questões que estamos enfrentando nos últimos dois anos. São várias questões. É uma somatória de fatores que estamos tendo diversos problemas”, concluiu.
