Com o início do ano letivo, um grupo de pais de 63 crianças autistas estão se manifestando contrariamente à mudança da unidade de ensino que mantém parceria com a Secretaria Estadual de Educação para o atendimento aos pequenos. O Centro de Avaliação e Apoio Pedagógico (CAAPE), que prestava o atendimento até o ano passado, informa que segue disponível para continuar a assistir os alunos desde que o Estado se comprometa a cumprir com os pagamentos. Já o Governo aponta que já disponibilizou dois locais para transferência e está auxiliando os pais.
Segundo uma mãe, as crianças recebem atendimento no CAAPE há quatro anos e estão adaptadas ao local. Na unidade de ensino os alunos teriam recebido atendimento adequado onde muitos evoluíram através do trabalho desenvolvido pela escola.
A mãe alerta ainda que as crianças com autismo têm problemas com mudanças e quebra de rotina, prejudicando a saúde mental e física. “Não queremos nada demais, só queremos que nossos filhos continuem onde já estão, que nenhuma mudança seja feita”, explicou.
A diretora do CAAPE, Tânia Vidal, e a coordenadora pedagógica, Patrícia Oliveira, explicaram que em 2016 ocorreram atrasos nos repasses. Na época foram iniciadas negociações que se intensificaram no fim do ano quando a escola não teria mais condições de arcar com os pagamentos dos 13º salários de seus funcionários.
Temendo não receber o repasse necessário para que as atividades do centro sejam mantidas com toda a estrutura necessária para o acompanhamento dos alunos, os mantenedores do CAAPE optaram por não iniciar o ano letivo. “A partir do momento em que matriculamos um aluno, ele tem o direito ao ensino, mas nós não temos mais condições de manter”, explicou a diretora.
A diretora contou ainda que não foi notificada sobre a quebra do contrato ou descredencimento da unidade de ensino. Enquanto o problema não é resolvido, estão sendo realizadas reuniões com os pais para que eles entendam a situação e possam tirar dúvidas.
A coordenadora pedagógica afirmou que a mudança é prejudicial aos alunos que têm uma rotina dentro do colégio e são acompanhados por professores a anos. “O estado não está preocupado com as crianças”.
Questionada, a Secretaria Estadual de Educação informou que todos os alunos serão atendidos em duas outras escolas da região. O contrato é integral e as escolas garantem inclusive o transporte. Os pais que já fizeram a matrícula de seus filhos já podem iniciar as aulas.
O contrato com o colégio CAAPE foi quebrado pelo mesmo, rescindido unilateralmente e não renovado dentro do período estipulado. Por isso, a empresa pode sofrer sansões previstas em Lei, inclusive com multa.
Pais e alunos foram recebidos no dia 30 de janeiro pela dirigente de ensino que explicou todos os procedimentos para que os filhos retornassem às aulas.