Belinha, 6 anos, fêmea de tamanduá-bandeira moradora do Zoológico Municipal de Guarulhos, foi sedada na manhã desta quinta-feira (18), para a realização de ultrassom, exames de sangue e de citologia. Cinco veterinários, um anestesista, uma especialista em ultrassom e uma grande equipe de apoio participaram da operação.
O procedimento durou cerca de 4 horas e foi necessário pois o animal apresentou mudança de comportamento e algumas secreções, conforme observado pelo tratador Fabio Henrique da Silva, que logo avisou aos veterinários do local. “Ela não parava de se lamber o dia todo, o que não é normal”, avaliou.
“Sempre dosamos muito bem o custo-benefício de cada procedimento. No caso de Belinha, achamos melhor agir rapidamente porque suspeitávamos de problemas no útero ou no intestino do animal. Com os exames, já detectamos uma inflamação no sistema reprodutor e agora precisamos aguardar os resultados do hemograma que deve sair em até dois dias”, explica a veterinária Claudia Igayara.
E felizmente correu tudo bem. Antes do meio-dia, a fêmea já estava desperta e de volta a “casa” ampla e adaptada às necessidades da espécie, onde leva uma vida tranquila junto à sua família, com direito, cada um, a 2 litros diários de papa feita com frutas, carne, ovos e ração, enriquecida com suplementos para fornecer todos nutrientes que a espécie encontraria em vida livre na natureza, onde se alimenta de formigas e cupins.
Tanto Belinha quanto seu companheiro Thomé, 8 anos, foram encaminhados ao Zoológico de Guarulhos após serem achados sozinhos, ainda bebês, respectivamente em Ilha Solteira e Franca, ambos os locais no interior do estado de São Paulo. E os dois se deram tão bem que há três anos nasceu Thomás para aumentar a família.
Para conhecer o trio é só fazer um visitinha ao Zoo , que tem entrada gratuita e funciona de terça-feira a domingo, das 9 às 17 horas. O endereço é: avenida Glória Pagnoncelli, 344, Jardim Rosa de França.
Tamanduá-bandeira
O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) encontra-se na lista de espécies ameaçadas de extinção. Na natureza, o tamanduá usa suas garras dianteiras para escavar formigueiros e cupinzeiros para capturar, com sua língua extensível, até 30 mil formigas e cupins por dia. Podem chegar a pesar 45Kg e alcançam até 2,20 metros de comprimento.
Por sua versatilidade, o tamanduá-bandeira pode ser encontrado da América Central até a América do Sul. Originalmente, viviam em todos os estados brasileiros, mas já foi extinto no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Fonte: WWF-Brasil