A moda como um documento vivo para a compreensão da história da África. Esse foi um dos temas da oficina "Signos e Significados da Moda Africana" realizada na sede da Secel – Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, na quinta-feira (18). Estiveram presentes o secretário-adjunto de Cultura, Adalmir Abreu, o coordenador geral do projeto “Guiné-Bissau Além Fronteiras” e idealizador da “African Fashion Week”, Julio Antonio Aponto Te, o presidente do Comtur, Lourival Honorato e a representante do Conselho do Centro Cultural Africano (SP), Regina Cavenaghi.
O encontro marcou o encerramento da programação do African Fashion Week, que durante três dias promoveu a moda africana em Guarulhos. Os Estilistas moçambicanos M'whandro Mangoba e Louggi Junior falaram sobre suas experiências e mostram suas criações.
“Estamos aqui para realizar uma oficina sobre signo e significados e mostrar o trabalho dos estilistas de Moçambique e de Guiné Bissau. Eu estou muito feliz por ver estilistas participando desse encontro, principalmente porque demonstra que vocês entendem e valorizam a nossa luta e sou muito grato por isso”, destacou o Coordenador Julio.
Durante a oficina, os participantes também prestigiaram os desfiles com os estilistas palestrantes e uma aula com o historiador e professor guarulhense, Elton Soares, que destacou a importância da cultura africana na construção da identidade histórica brasileira.
Capulanas com padronagens coloridas
O desfile do estilista Louggi Junior apresentou as padronagens e cores utilizadas nos trajes da realeza Moçambicana. A “capulana espiritual” foi o tema utilizado pelo designer, que representou nas cores vermelha, preta e branca a expressão religiosa do seu povo.
“Esta coleção é voltada para os trajes de gala da realeza de Moçambique. As cores, as padronagens e os animais contidos nas estampas representam a invocação dos espíritos. O vermelho simbolizando a força, o preto, o poder e o branco a paz são potencializados com a figura do leão que traz a ideia de fortuna e poder. Já o elefante, no traje feminino, exalta o conceito de prosperidade e abundância”, destacou Louggi.
A coleção do estilista M´whandro Mangoba apresentou a coleção Djele, prisão em língua Shangane, que busca exaltar a cultura africana Maconde. “Eu trago para Guarulhos trajes da minha marca Baco e Baco e também o lançamento dessa t-shirt executiva étnico-esportiva. Ela foi inspirada no povo Maconde, que valoriza o uso de máscaras e da dança mapiko do norte de Moçambique. Revelo ainda nos vestidos vermelhos, recortes assimétricos e acessórios étnicos como colares de miçangas e biojoias”, esclareceu o estilista M´whandro.