Cidades

Grupo irá construir moradias emergenciais em comunidade de Guarulhos

Em uma favela localizada na periferia de Guarulhos, Simone Ferreira, 38  anos, vive com 9 filhos. “É muita gente, né?”, brinca, enquanto conta aos risos a quantidade de filhos que tem. Todos moram com ela e dividiam com a mãe, até janeiro deste ano, uma diminuta casinha feita de pedaços de madeirite. A mudança de lar foi forçada: a queda do muro de arrimo da vizinha de cima fez com que sua casa desabasse. 6 anos depois de se mudar para a comunidade, a família teria que voltar para o aluguel.
 
O dia era domingo e o tempo, chuvoso. Simone estava com os filhos assistindo à televisão quando foi surpreendida pelo barulho. “Ouvimos um ‘creque’ e saímos todos correndo. Antes de sair, ainda deu tempo de ver a parede do meu quarto desabando. O barraquinho foi todo para o chão”, disse ela. “Atrás da minha casa tinha um morrinho e os vizinhos construíram um muro de arrimo. O problema é que choveu muito e a chuva acabou levando o muro, que caiu logo em cima da minha casa. Graças a Deus, ninguém se machucou. Imagina só se aquilo cai em cima da gente?”, completa. 
 
Após o desabamento, Simone trocou de casa, mas não de comunidade. Continuou morando no mesmo lugar que chama de lar há mais de 6 anos, o Nova Conquista. “Gosto de morar no Nova Conquista porque é bem tranquilo. A gente sofre preconceito por ser da favela, mas pelo menos me sinto segura na região que eu moro”, afirma. De janeiro até março, ela morou de favor com os 9 filhos na casa de uma amiga. Depois passou a ter que pagar aluguel. “Me sinto como uma bola de ‘ping pong’. Desde o desabamento que não tenho sossego! Já tinha mudado duas vezes de lugar e agora, há 8 dias, tive que sair de onde estava porque o proprietário queria a casa de volta. Não vejo a hora de estar em um lugar meu”, lamenta ela.
 
Recomeço
 
A luta por uma casa digna própria vai render resultados no próximo fim de semana, nos dias 30/09 e 01/10. Simone vai construir, em parceria com voluntários da organização social TETO, uma moradia de emergência que poderá dar mais segurança, paz e sossego a ela e seus 9 filhos. “Depois que minha casa estiver pronta, eu vou poder ter a tranquilidade que não tenho faz muito tempo”, diz ela.
 
Simone não vai ser a única a construir uma moradia nova junto aos voluntários do TETO. Na mesma data, outras 45 famílias serão protagonistas deste evento massivo da organização. Além da Nova Conquista, outras duas comunidades, Jd. Ipanema (São Paulo) e Fazendinha (Osasco) participarão da ação conjunta. 
 
Sobre o futuro, Simone é direta: “eu quero abrir meu próprio negócio. Eu e minha irmã cozinhamos muito bem, queremos abrir um restaurante. Nessa preocupação toda com moradia que eu vivia, não dava nem para pensar em outra coisa que não fosse onde a gente ia morar. Agora, com a casa nova, eu vou poder colocar minha cabeça no lugar e pensar em outras coisas. Um dia o restaurante sai. Estou muito feliz”, completa ela, aos risos. 
 
 
Sobre o TETO:
 
O TETO é uma organização internacional presente em 19 países da América Latina e Caribe, que atua há 10 anos no Brasil pelo direito das pessoas que vivem nas favelas mais precárias e invisíveis, engajando os moradores e as moradoras das comunidades e mobilizando jovens voluntários e voluntárias, para trabalharem juntos na construção de uma sociedade mais integrada.
 
 
Serviço:
 
Construção: 30/09 e 01/10
Locais: Jd Ipanema (São Paulo), Fazendinha (Osasco) e Nova Conquista (Guarulhos).

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