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Empresários de Cumbica questionam impacto do corredor de ônibus da Santos Dumont

O prefeito Guti esteve reunido na manhã desta quarta-feira, 21/02, na Associação dos Empresários de Cumbica (Asec). O encontro tem acontecido a cada dois meses, aproximadamente, como forma de prestar contas de demandas da região aos associados da entidade. Durante a reunião, o prefeito foi questionado a respeito dos impactos da obra do corredor exclusivo de ônibus na Avenida Santos Dumont, que ligará a Dutra à Avenida Guinle na primeira fase dos trabalhos, prevista para ser concluída em dezembro.
 
Para o presidente da Asec, Júnior Araújo, o corredor é necessário, mas existem dúvidas a respeito, por exemplo, da consequência do estreitamento da via para o tráfego de caminhões. “Cumbica tem comércios e indústrias que dependem muito do trânsito de veículos de grande porte. Na nossa visão, a exclusividade de uma faixa causará problemas para os caminhões fazerem manobras”, questionou.
 
Guti convocou secretários, engenheiros e representantes da empresa executora da obra para uma reunião de apresentação do projeto do corredor na próxima semana (1º/03), na Asec, para dirimir as dúvidas sobre o tráfego de caminhões no bairro. O prefeito também aceitou analisar a sugestão dos empresários de estabelecer horários para a exclusividade dos ônibus no corredor.
 
Ainda de acordo com Júnior, a ciclovia prevista na obra causa dúvidas sobre a efetividade. “É importante, mas não vemos tanta gente com bicicleta na região. Além disso, como os moradores de outras regiões chegarão à ciclovia da Santos Dumont?
 
O subsecretário de Transportes e Trânsito, Ticiano Neves, afirmou que os planos da Prefeitura contemplam ligar várias ciclovias em toda a cidade, mas que questões financeiras impedem a rapidez na execução. “Mas precisamos começar. Existem poucos usuários de bicicleta porque não há, ainda, estrutura para isso”, afirmou.
 
O presidente da Asec voltou a criticar o aumento da tarifa do transporte público. “Prefeito, é muito válido investir em corredor de ônibus para incentivar nossos funcionários a usar o transporte público, mas, até por isso, não precisava ter aumentado a tarifa. Isso prejudica o empresário”, apontou.
 
Guti explicou os motivos que levaram a administração a reajustar a tarifa. “As planilhas apresentadas por uma consultoria especializada apontaram que o valor da tarifa na cidade, sem a necessidade da Prefeitura pagar subsídios, deveria ser de R$ 5,05. Com a tarifa apenas a R$ 4,30, o valor do subsídio seria de R$ 59.940.216 até o fim de 2018. Porém, com o modelo escolhido pela administração, o valor final do subsídio cai para R$ 35.015.016, praticamente a metade”, lembrou.
 
Ainda segundo o prefeito, a obra do corredor de ônibus da Santos Dumont custou R$ 51,5 milhões, dinheiro do PAC que a cidade perderia se não fossem iniciados os trabalhos. “Uma obra desse tamanho sempre gera impacto. Mas se pensarmos apenas no lado negativo, não conseguiremos avançar nunca. Nossos estudos mostram que todas as vias exclusivas implantadas na cidade geraram fluidez”, concluiu.
 
O corredor Santos Dumont deve beneficiar aproximadamente 2 milhões de passageiros por ano. Está prevista a circulação de 26 linhas de ônibus na via.
 

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